Copiloto foi tratado por 'tendência suicida'
Lubitz submeteu-se a tratamento psicoterápico anos antes de trabalhar na Germanwings, afirma Promotoria
Esta é a primeira vez que autoridades reconhecem que alemão de 27 anos teve crises de depressão
O copiloto Andreas Lubitz, apontado como responsável pela colisão de um voo da Germanwings nos Alpes franceses há uma semana, recebeu tratamento psicoterápico contra tendências suicidas anos antes de se tornar piloto, disse nesta segunda-feira (30) a Promotoria de Düsseldorf.
Contudo, consultas mais recentes descartaram esse quadro, de acordo com o porta-voz Rald Herrenbrück.
"Até pouco tempo atrás, consultas médicas não registraram tendências suicidas ou agressões contra outras pessoas", afirmou.
Esta é a primeira vez que as autoridades reconhecem que o alemão de 27 anos sofreu crises de depressão. A informação deve intensificar o debate sobre como as companhias aéreas examinam e monitoram seus pilotos.
Com base em áudios extraídos de uma das caixas-pretas do avião, autoridades acreditam que Lubitz trancou seu capitão para fora da cabine e programou o Airbus A320 para cair em 24 de março.
Todas as 150 pessoas a bordo morreram quando o avião, que voava de Barcelona (Espanha) a Düsseldorf, bateu na encosta de uma montanha perto da vila de Le Vernet.
Indagada se sabia do tratamento psicoterápico prévio de Lubitz, a Lufthansa, proprietária da Germanwings, apenas respondeu que toda a informação médica está submetida a regras de confidencialidade.
Na semana passada, os promotores disseram que a polícia encontrou um atestado médico rasgado ao revistar a residência do piloto em Düsseldorf. O atestado permitiria a Lubitz não ter ido trabalhar no dia da queda.
Autoridades de aviação alemãs disseram que a ficha de Lubitz no Escritório Federal de Aviação continha uma anotação indicando que ele precisava de "exame médico regular e específico", mas sem informar para qual condição física ou mental.
Na semana passada, Carsten Spohr, o CEO da Lufthansa, afirmou que houve um intervalo de "vários meses" no treinamento de Lubitz em 2009, mas não deu detalhes.
Depois desse intervalo, contou, Lubitz "não apenas passou em todos os testes médicos, como também em todos os testes de voo".
GRAVIDEZ
Detalhes sobre o quadro clínico de Lubitz surgiram em meio a informações de que o copiloto planejava se casar com sua namorada, que estaria grávida.
Segundo o tabloide "Bild" e a revista "Der Spiegel", Lubitz vivia em Düsseldorf com uma professora de 26 anos identificada pelo pseudônimo de Sanine L. A mulher contou a seus alunos que estava grávida, disse o "Bild".