Líder sul-africano visita imigrantes após onda xenófoba
Jacob Zuma diz que estrangeiros são bem-vindos; policiamento é reforçado para evitar novos atos de violência
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, visitou um acampamento de imigrantes em Chatsworth, região da cidade costeira de Durban, após uma onda de atos violentos xenófobos no país.
Zuma cancelou uma viagem que faria à Indonésia neste sábado (18) para lidar com a crise interna. Ao menos seis pessoas já morreram em protestos anti-imigração.
"Esses ataques vão contra tudo o que acreditamos. A maioria dos sul-africanos ama a paz e as boas relações com seus irmãos e irmãs do continente", disse Zuma.
No acampamento, ele prometeu paz aos estrangeiros que pretendem continuar no país. "Quando a violência acabar, vocês serão bem-vindos de volta", disse.
Após os ataques, governos vizinhos, como Zimbábue e Maláui, disponibilizaram ônibus aos que desejassem voltar ao seu país de origem.
Os protestos começaram em Durban duas semanas atrás e se espalharam.
No último episódio de violência, uma multidão atacou lojas que pertenciam a estrangeiros em uma área pobre da cidade de Johannesburgo. Veículos também foram incendiados.
O efetivo policial nas ruas foi reforçado para impedir novos atos.
Ao menos 112 pessoas foram presas na província de Kwazulo-Natal, onde está localizada Durban, sob suspeita de terem participado dos ataques a estrangeiros.
Alguns sul-africanos acusam os imigrantes de roubar trabalhos e oportunidades.
O desemprego na África do Sul é de cerca de 25%.
O governo diz que os estrangeiros que vivem legalmente no país contribuem para o desenvolvimento econômico e que tomará medidas contra estrangeiros indocumentados.
Em 2008, mais de 60 pessoas morreram em uma onda xenófoba semelhante.