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Obama critica Congresso em discurso

Em tom eleitoral, presidente utilizou sua fala sobre Estado da União para prometer a criação de empregos

Democrata atribui ao seu antecessor a crise econômica que afeta a população americana desde o ano de 2008

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Com sua reeleição neste ano em dúvida, o presidente Barack Obama faria de seu discurso do Estado da União ontem um palanque, criticando a polarização do Congresso, prometendo criar empregos e aludindo a uma sociedade em que todos assumam sua "cota justa".

A expressão e o pedido para que todos "joguem pelas mesmas regras" guardam ecos do Obama populista que tem viajado pelo país para anunciar programas de emprego e, ao mesmo tempo, são uma alfinetada na oposição republicana, com a qual a Casa Branca vive um impasse sobre impostos.

"Nenhum debate é mais importante que esse", diria o presidente, segundo trechos divulgados à imprensa antes do discurso marcado para meia-noite (hora do Brasil).

"Podemos optar por um país onde um número cada vez menor de pessoas se dá muito bem enquanto uma parcela crescente de americanos mal fecha o mês. Ou podemos restaurar uma economia na qual todos tenham uma chance justa, assumam sua cota justa, e joguem pelas mesmas regras."

Enquanto o governo quer acabar com o desconto nos impostos para quem ganha acima de US$ 250 mil ao ano, em vigor desde o governo Bush, senadores e deputados republicanos resistem ao que veem como um aumento de tributação.

Ontem, o pré-candidato Mitt Romney, fortuna estimada em US$ 200 milhões, revelou pagar uma alíquota abaixo da da classe média.

"O que está em jogo aqui não são valores republicanos nem democratas. São valores americanos", afirmaria Obama, após um ano de paralisia no Legislativo.

O tradicional discurso do Estado da União acontece anualmente no fim de janeiro (exceto em anos em que há posse) e serve para o presidente anunciar ao país quais são seus planos para os próximos 12 meses.

Ao falar ontem, em cadeia nacional, ele repisaria a promessa de criar mais empregos e ressaltaria a importância de investir em educação.

Aproveitaria a deixa ainda para culpar o antecessor republicano, de quem herdou a crise que eclodiu em 2008, e para apelar à combalida autoestima da população.

"Não vamos voltar para aquela economia enfraquecida pela transferência de empregos ao exterior, dívida podre e falsos lucros financeiros", diria. "Quero estabelecer a base de uma economia construída sobre as fábricas americanas, a energia americana e a habilidade dos trabalhadores americanos."

Outros pontos em que Obama tocaria eram exploração de energia, inovação e aumento da cota de visto de trabalho para estrangeiros superqualificados -plataforma do presidente apoiada por parte da oposição.

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