Ex-premiê espanhol antecipa volta da Venezuela
Autoridades do país impediram Felipe González de visitar Leopoldo López, opositor preso
O ex-premiê da Espanha Felipe González encerrou nesta terça (9) abruptamente sua viagem à Venezuela, dois dias após chegar a Caracas, onde planejara passar a semana cumprindo agenda de apoio aos opositores presos.
Assessores locais disseram que González decidiu ir embora porque as autoridades o impediram de concretizar as principais missões da visita.
Advogado, o ex-premiê foi proibido de integrar a defesa do líder do partido Vontade Popular Leopoldo López, preso há um ano sob a acusação de instigar violentos protestos. A Justiça alegou que ele não está habilitado a exercer advocacia na Venezuela.
González também não foi autorizado a assistir à audiência de López no tribunal, prevista para esta quarta. Por fim, a Justiça vetou que ele visitasse na prisão López e outro político, o ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos.
Para o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, González percebeu que sua visita foi "um erro e um fracasso" e, por isso, "saiu fugindo".
Maduro também questionou o fato de o ex-premiê ter saído da Venezuela em avião oficial colombiano e insinuou que isso é um sinal do suposto pacto da direita venezuelana com inimigos externos.
Em Caracas, González se reuniu com dirigentes da oposição e entregou um prêmio ao jornalista Teodoro Petkoff, impedido de sair do país. Também conseguiu se encontrar com o prefeito metropolitano de Caracas Antonio Ledezma, que cumpre prisão domiciliar após fazer uma cirurgia de hérnia em abril.
Embora tendo liderado um governo socialista (1982-1996), González é crítico ferrenho do socialismo chavista e integra um movimento de ex-chefes de Estado e de governo que pressionam Caracas a libertar opositores.