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Fed promete juro baixo por mais tempo

Taxa nos EUA ficará entre zero e 0,25% até fim de 2014, sinal de que economia ainda requer medidas de estímulo

Promessa anterior era até meio de 2013; banco prevê queda do desemprego apenas gradual no futuro

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Em um reconhecimento de que a economia americana ainda precisará de estímulos para crescer, o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) anunciou ontem que a taxa de juros permanecerá baixa por mais três anos.

A taxa básica de juros, que serve de referência para toda a economia, deverá ficar entre zero e 0,25% ao ano. "As condições econômicas justificam níveis excepcionalmente baixos para a taxa dos fundos federais, pelo menos, até o final de 2014", informa a nota.

O período em que serão mantidos os juros baixos contrariou as projeções dos analistas, que esperavam taxa mínima até o início de 2014, e aumentou significativamente em relação ao último documento do Fed, divulgado em dezembro, que apontava meados de 2013 como parâmetro.

Na reunião de ontem, o órgão não fez mudanças radicais nas perspectivas econômicas, mas o diagnóstico para o investimento empresarial piorou em relação ao comunicado anterior.

O Fed informou que espera crescimento modesto da economia americana nos próximos trimestres e melhora apenas gradual do emprego.

Isso tempera um pouco o otimismo das últimas semanas com a queda da taxa de desemprego, hoje em 8,5%.

A melhora no mercado de trabalho é crucial para a reeleição do presidente Barack Obama, em novembro.

Perguntado se duvidava dos sinais de recuperação da economia americana que vêm sendo alardeados, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que vê melhoras em algumas áreas, mas sinais divergentes em outras.

"Continuamos observando ventos da Europa [que sinalizam] uma economia global fraca. Não acho que estejamos prontos para dizer que entramos em nova fase, mais forte", disse.

INFLAÇÃO

O documento indica que os preços não preocupam excessivamente o BC dos EUA. Para a inflação, o Fed divulgou projeção de estabilidade. Os EUA saíram da deflação registrada nos primeiros meses do governo Obama para uma inflação em 12 meses de 3,4% em novembro de 2011, nível semelhante ao verificado antes da recessão, em 2007.

A deflação é ruim para um país porque indica que a economia está deprimida.

Ontem, o Fed também começou a tomar medidas para aumentar a transparência do órgão, como a divulgação das projeções de cada um de seus membros e de indicadores como inflação e desemprego.

A revelação dos votos dos membros do Fed mostrou que há discordância sobre o rumo dos juros. Seis afirmaram que a taxa poderia subir neste ou no próximo ano e 11 disseram que isso deve ocorrer só em 2014.

O Fed adotou meta explícita e de longo prazo para inflação (2% ao ano) e informou que analistas projetam desemprego de 5,2% a 6%.

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