Americanos ampliam contingente no Iraque
EUA anunciam envio de 450 militares para treinar forças locais contra o Estado Islâmico
No dia em que a tomada da cidade iraquiana de Mosul pelo Estado Islâmico completou um ano, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou o envio de mais 450 militares ao Iraque, para dar assistência às forças locais e tentar retomar território perdido para a facção terrorista.
De acordo com o plano divulgado pela Casa Branca nesta quarta (10), os EUA vão abrir um quinto centro de treinamento em solo iraquiano, com o objetivo de integrar as forças de segurança do país e combatentes sunitas.
A meta imediata é a retomada da cidade de Ramadi, localizada na região central do Iraque e dominada pela milícia radical islâmica --que também controla parte do território da Síria-- desde maio.
Obama tomou a decisão a pedido do primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, e depois de consultar o Pentágono, informou o porta-voz do presidente, Josh Earnest.
A Casa Branca diz que a ideia não é alterar a estratégia de combate, mas envolver mais as tribos sunitas na luta.
O governo do Iraque é hoje controlado por muçulmanos xiitas, e há dúvidas sobre seu empenho em recrutar combatentes sunitas para expulsar o EI, também sunita, de cidades como Ramadi e Fallujah.
A medida, porém, indica uma mudança na abordagem americana, que antes vinha priorizando Mosul.
O governo frisou que o novo contingente não será empregado em ações de combate, diferentemente do que ocorreu durante a invasão e a ocupação do país por tropas dos EUA (2003- 2011).
Há hoje cerca de 3.100 soldados americanos no Iraque, envolvidos em atividades de treinamento das forças locais e outras funções de apoio.
O país também integra a coalizão que vem bombardeando o EI, enquanto operações em terra são empreendidas por militares iraquianos.
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano John Boehner, elogiou o envio de mais assessores militares ao Iraque como "um passo na direção certa". Boehner, porém, voltou a criticar Obama por, segundo ele, não ter uma "estratégia abrangente" para lidar com o EI.
Outros oposicionistas, como o senador e ex-candidato presidencial John McCain, classificaram de insuficiente a ação do governo.