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Brasil concede visto a blogueira cubana

Em vídeo divulgado na internet, Yoani Sánchez pediu ajuda à presidente Dilma para vir ao país lançar documentário

Crítica do regime dos Castro ainda precisa de permissão para sair de Cuba; algo que já tentou várias vezes, sem êxito

DE BRASÍLIA

A Embaixada do Brasil em Cuba concedeu ontem visto de turista para a blogueira Yoani Sánchez visitar o país no próximo mês.

O visto foi obtido uma semana antes da visita da presidente Dilma Rousseff a Cuba, prevista par 31/1 -a primeira viagem internacional da mandatária neste ano.

Sánchez solicitou o documento para participar, no próximo mês, do lançamento do documentário "Conexão Cuba-Honduras", de DadoGalvão, em Jequié (Bahia).

Segundo disse o diretor à agência Efe, a estreia já foi adiada duas vezes para que a blogueira, que é uma das entrevistadas, comparecesse.

"Já tenho o visto para o Brasil. Agora falta o mais difícil, a permissão de saída [de Cuba]", tuitou ontem a blogueira. A autorização para deixar o país é necessária a todo cidadão da ilha.

Sem a permissão, o visto brasileiro tende a ser inócuo, mas pode criar um mal-estar entre os dois governos às vésperas da visita de Dilma.

Sánchez teve o pedido negado pelo regime várias vezes. É sua quinta tentativa de viajar ao Brasil, embora nas anteriores ela não tenha solicitado o visto brasileiro.

CARTA A DILMA

Em nota, o Itamaraty informou que o pedido foi encaminhado pela blogueira à embaixada na última sexta.

Sánchez enviou carta à representação brasileira e publicou um vídeo na internet, pedindo ajuda a Dilma para vir ao país.

Em seu blog, comparou sua trajetória de dissidente política à da presidente. "Vi a foto de Dilma jovem sentada no banco dos acusados e julgada por homens com a cara coberta. Também me sinto assim."

Uma das preocupações da diplomacia brasileira é evitar que o tema de direitos humanos provoque alguma saia justa a Dilma em Havana.

Na última viagem de Lula à ilha, em 2010, o então presidente apenas "lamentou" a morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, ocorrida no dia anterior à sua chegada, após greve de fome.

Na semana passada, o dissidente cubano Wilman Villar morreu nas mesmas condições, na prisão. (FLÁVIA FOREQUE)

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