Venezuelano se reúne com diplomata dos EUA no Haiti
Encontro teve objetivo de 'normalizar relação'
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o deputado chavista Diosdado Cabello, reuniu-se no Haiti, na tarde de sábado (13), com Thomas Shannon, assessor especial do Departamento de Estado dos EUA.
Segundo a mídia estatal venezuelana, o encontro de um dos homens mais poderosos do país com o diplomata americano ocorreu sem nenhum anúncio oficial.
Capitão do Exército e tido como um dos homens mais próximos do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), Cabello foi acusado por um ex-guarda-costas de comandar um cartel de tráfico de cocaína dentro das Forças Armadas venezuelanas.
Cabello disse que a reunião fez parte dos esforços para "normalizar relações diplomáticas dentro do respeito da legislação internacional, da soberania e da autodeterminação dos povos".
Acompanhado da chanceler do país, Delcy Rodriguez, ele afirmou que a conversa com Shannon representa um "passo importante para o restabelecimento pleno das relações entre ambos os países", que não trocam embaixadores desde 2010.
O encontro no Haiti sucedeu visita que Diosdado fez ao Brasil, na qual se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula, entre outros.
INVESTIGAÇÃO
No mês passado, o diário "The Wall Street Journal" revelou que a Justiça dos EUA já está investigando supostos vínculos de Cabello e de outros altos funcionários do governo venezuelano com o narcotráfico.
A revelação do jornal americano levou a oposição venezuelana a cobrar que a Justiça do país também investigue o caso.
O presidente da Assembleia venezuelana nega as acusações e afirma que os EUA estão tentando acabar com o governo do país, como fizeram em 2002, quando apoiaram um malsucedido golpe de Estado contra o então presidente Hugo Chávez.
As tensões entre Caracas e Washington atingiram um novo pico em março, após o presidente Barack Obama ter assinado uma ordem executiva que incluiu a Venezuela na lista dos países considerados "ameaça à segurança nacional" dos EUA.
A medida também impôs sanções a sete autoridades de médio escalão do governo da Venezuela.