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EUA sabiam de roubo de bebês na Argentina

Segundo diário 'Clarín', declaração é de ex-funcionário americano em processo judicial

DE SÃO PAULO

O ex-subsecretário de Direitos Humanos do Departamento de Estado dos EUA Elliott Abrams afirmou que Washington tinha conhecimento, à época, do roubo sistemático de bebês de presos políticos durante a última ditadura argentina (1976-1983), segundo o jornal "Clarín".

Abrams deu declarações como testemunha, por videoconferência em Washington, em processo que investiga o roubo e a adoção ilegal de filhos de opositores ao regime militar argentino, afirma o jornal.

"Sabíamos que não era só um ou dois bebês, mas que existia um padrão, um plano, porque havia muita gente que estava sendo assassinada ou presa", disse Abrams, que foi subsecretário entre 1982 e 1985 (governo Ronald Reagan). "Tínhamos conhecimento de que crianças haviam sido retiradas de suas famílias e entregues a outras famílias quando seus pais eram presos ou mortos", afirmou ainda o diplomata, de acordo com o "Clarín".

Segundo ele, o Departamento de Estado considerava o caso "um problema muito sério de violação dos direitos humanos".

Abrams relatou encontro, em 1982, com o então embaixador argentino nos EUA, Lucio García del Solar, em que disse ter sugerido o envolvimento da Igreja Católica na resolução do caso, mas que não obteve resposta.

No processo estão sendo julgados os ex-ditadores Jorge Rafael Videla e Reinaldo Bignone, acusados de subtração, retenção e ocultação de menores, e da substituição de suas identidades.

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