Dilma vai aos EUA
Comitiva de Dilma para visita a Obama terá mais de 90 pessoas
Tamanho do grupo assinala peso que encontro tem para reaquecimento das relações bilaterais
Vice dos EUA telefona à presidente para falar de clima e comércio; ao menos dez ministros participarão de viagem
A presidente Dilma Rousseff levará uma comitiva robusta para sua viagem oficial aos Estados Unidos, que começa neste sábado (27).
Segundo a Folha apurou, a previsão é que cerca de dez ministros --e ao menos outras 80 pessoas-- acompanhem a presidente. Entre eles, devem estar Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
A comitiva brasileira é tão grande que algo inusual ocorreu: não há espaço para todos os ministros e autoridades na Blair House, residência oficial de hóspedes do presidente dos EUA, que fica ao lado da Casa Branca. Parte do grupo ficará em hotel.
O convite para a Blair House é um sinal de prestígio que Dilma não teve em 2012, em sua primeira visita a Obama.
Com a viagem, o governo brasileiro pretende retomar o diálogo político com a Casa Branca e atrair investidores para o plano de concessões anunciado há duas semanas. Por isso, dizem auxiliares do Palácio do Planalto, parte dos ministros deve ter agenda própria, em reuniões e seminários com empresários.
Além de Levy e Barbosa, acompanharão a presidente os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Armando Monteiro (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Kátia Abreu (Agricultura), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Jaques Wagner (Defesa). Também devem ir Eliseu Padilha (Aviação), Edinho Araújo (Portos) e Antonio Carlos Rodrigues (Transportes).
O tamanho do grupo --a média da comitiva de Dilma é de 80 pessoas-- ilustra o peso da visita para o Brasil. "Representa a retomada do diálogo político bilateral de mais alto nível, além da retomada de contatos em áreas como comércio", disse à imprensa o subsecretário-geral de política do Itamaraty, Carlos Antonio da Rocha Paranhos.
Em setembro de 2013, Dilma cancelou sua ida aos EUA após a revelação de que o governo americano monitorou suas atividades e as de outros líderes. Paranhos afirma que a questão foi "superada".
TELEFONEMA
Nesta quinta, o vice-presidente dos EUA telefonou a Dilma para afinar os detalhes da visita. Segundo nota da Casa Branca, Joe Biden ressaltou que o convite refletia "o compromisso do governo norte-americano em concretizar o enorme potencial da parceria Brasil-EUA para a população dos dois países".
Os dois conversaram sobre a colaboração para que a conferência global do clima que ocorre no fim do ano em Paris tenha êxito e sobre como facilitar o comércio bilateral.
Dilma chegará sábado (27) a Nova York, onde se reunirá com investidores e empresários domingo e segunda.
Em Washington, terá um jantar com o presidente Barack Obama na segunda e uma reunião de trabalho no Salão Oval na terça, que culminará em um comunicado.
Quarta, na Califórnia, a presidente visitará o Google, a Universidade Stanford e um centro da Nasa, agência aeroespacial americana.