No Equador, papa Francisco pede maior inclusão e diálogo a todos
Pontífice visita até dia 12 países mais pobres da América do Sul
O papa Francisco, 78, chegou neste domingo (5) ao Equador, onde foi recebido pelo presidente Rafael Correa e deu início a um giro de uma semana por três países sul-americanos.
Em seu primeiro pronunciamento, o pontífice exortou os fiéis ao "diálogo e à participação, sem exclusões".
"Do Chimborazo à costa pacífica, da Amazônia a Galápagos, não percam a capacidade (...) de proteger aquilo que é pequeno e simples", disse.
Uma das principais preocupações do papa é levar uma mensagem de justiça social aos mais pobres do continente, em contraste com seus predecessores, que em ocasiões similares preferiram falar da sobrevivência da Igreja Católica diante de agendas laicas e o avanço de outras denominações cristãs.
"No evangelho estão as chaves para enfrentar os desafios atuais. Valorizando as diferenças, fomentando o diálogo e a participação, sem exclusões, para que as conquistas e o progresso garantam um futuro melhor para todos, em especial para nossos irmãos mais frágeis e as minorias mais vulneráveis"
Ao chegar ao aeroporto Mariscal Sucre, 20 km ao leste de Quito, o papa foi recepcionado por uma fileira formada por crianças indígenas vestindo trajes tradicionais.
Depois do Equador, onde ficará até terça (7), o pontífice seguirá para a Bolívia e o Paraguai. Ao todo, estão previstos 22 discursos na viagem, que é uma das mais intensas feitas por Francisco desde que ele foi eleito o líder do Vaticano, em março de 2013.
O papa retorna à Santa Sé somente no dia 13 de julho.
Diferentemente da visita que fez ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em julho 2013, que foi marcada originalmente por Bento 16, o percurso dos próximos dias foi planejado pelo próprio Francisco.
O papa argentino escolheu passar pela Bolívia e pelo Paraguai, alguns dos países mais pobres da América do Sul. Um em cada quatro bolivianos vive com renda abaixo dos US$ 2 por dia, de acordo com o Banco Mundial.
A América Latina concentra a maioria do 1,2 bilhão de católicos no mundo. No Equador, 74% da população se declara católica.