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Liga Árabe suspende sua missão na Síria

Aumento da violência do país e repressão a civis interrompem trabalho de observadores

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Liga Árabe decidiu suspender sua missão de observação na Síria devido ao "recrudescimento da violência" naquele país.

Pelo menos 12 civis e sete soldados morreram ontem em diferentes ataques que os opositores ao regime atribuem às forças leais ao ditador Bashar Assad. As autoridades sírias, por sua vez, culpam "grupos terroristas".

Mais de 5.000 pessoas morreram no país desde o começo revoltas, em março passado, de acordo com as últimas informações das ONU. Oposicionistas, porém, calculam em mais de 6.000 as vítimas.

Em comunicado, o secretário-geral da Liga, Nabil al Arabi, explicou que a decisão foi tomada também porque o regime continua utilizando forças de segurança para reprimir os civis, o que contraria seus compromissos com a delegação de observação.

A Síria disse lamentar e estar "surpresa" com a decisão.

A missão chegou ao país há um mês e tem como objetivo verificar o fim da violência, a liberação de presos em protestos e a retirada de tropas das ruas.

Al Arabi ressaltou que a decisão será aplicada de maneira imediata, até apresentar o assunto para o conselho de ministros da Liga, em reunião ainda sem data marcada.

O secretário-geral deu instruções ao chefe da missão, o general Mohamed al Dabi, para que tome todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos membros.

Já o vice-secretário geral da Liga Árabe, Ahmed ben Heli, afirmou que os observadores se concentrarão em Damasco até que a reunião decida o futuro da missão.

Anteontem, o chefe dos observadores disse que os índices de violência aumentaram significativamente nos últimos dias, depois que os grupos opositores informaram sobre a morte de mais de cem civis em dois dias.

Uma delegação da Liga Árabe, encabeçada por Al Arabi, deve se reunir hoje em Nova York com o Conselho de Segurança da ONU com o intuito de obter apoio para solucionar a crise síria.

Corpos de 17 homens detidos pelas forças do ditador sírio em ataque na semana passada na cidade de Hama (a 240 km de Damasco) foram encontrados jogados nas ruas depois de terem sido baleados na cabeça, disseram ativistas ontem.

As mortes marcam uma escalada em uma operação militar de cinco meses ali.

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