Sob protestos, Japão reativa 1º reator nuclear após tsunami
Governo alega razões econômicas; população teme novo acidente
Sob protestos em várias partes do país, o Japão reativou nesta terça-feira (11) o primeiro reator nuclear desde o fechamento total de suas 48 usinas, decidido após o desastre provocado pelo tsunami na central de Fukushima, em março de 2011.
"O reator número 1 da central de Sendai (a 1.000 km de Tóquio) foi reiniciado às 10h30 locais (22h30 de segunda, em Brasília)", anunciou uma porta-voz da operadora Kyushu Electric Power.
Nenhuma central nuclear japonesa estava funcionando desde setembro de 2013.
Após ser reiniciado, o reator deve começar a gerar energia elétrica a partir desta sexta-feira (14). Sua exploração comercial deve ser retomada em setembro.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defensor da energia nuclear, declarou que a retomada seguirá todas as medidas de segurança.
O governo defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada.
O Japão tem registrado desde 2011 importantes déficits comerciais, em grande parte por causa do aumento da conta dos combustíveis importados para alimentar as centrais térmicas.
Abe alega que as empresas diminuem sua atividade e que o uso das centrais térmicas impede a adoção de metas ambiciosas de corte de emissões de gás carbônico.
O governo deseja que as usinas nucleares gerem 22% da energia elétrica no Japão até 2030, porcentual menor que antes do acidente em Fukushima. Mas a maioria da população questiona a retomada nuclear, qualificada de "erro" por Naoto Kan, premiê na época do tsunami.