Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Republicanos cobiçam ricos na Flórida Na reta final de primária para decidir opositor de Barack Obama, Romney e Gingrich cortejam eleitorado de elite Segmento é tido como estratégico por seu poder de arrecadar recursos e capacidade de influenciar opiniões
ENVIADA ESPECIAL A NAPLES E PALM BEACH (FLÓRIDA) Serena Rasmussen, usando um broche com diamantes na forma da bandeira dos EUA, defende Mitt Romney como o mais preparado para disputar a Casa Branca pelo Partido Republicano. Marlene Aiello, enormes brincos de pérola, interrompe a conversa para dizer que prefere Newt Gingrich, pois ele "pensa alto". "Mas somos amigas", diz, aludindo à troca de acusações cada dia mais ferozes entre os dois pré-candidatos. Elas são parte de um grupo cobiçado, mas frequentemente omitido nos discursos dos pré-candidatos, que ganhou o foco nas últimas 60 horas de campanha na Flórida: aposentados ricos. Por causa de suas contribuições de campanha e porque é mais propenso a votar (o que nos EUA não é obrigação), ele se tornou fundamental na prévia partidária de amanhã na Flórida. Com a pulverização dos resultados nos três Estados que votaram antes, o embate virou quase uma final antecipada cujo prêmio é a condição de favorito na corrida (Romney lidera as pesquisas). Cientes, os dois principais pré-candidatos desdobraram-se em uma agenda superlotada que, a cada dia, os leva a quatro, cinco ou seis cidades distintas, preocupados em prestigiar cada grupo-chave: os latinos, os judeus, os aposentados e os veteranos (militares e do programa espacial). Por isso, foi um Gingrich visivelmente cansado e sem o furor retórico de costume que subiu ao palco de um centro de artes na rica Palm Beach para falar a 600 pessoas que haviam pago US$ 195 (R$ 340) por um jantar cuja renda vai para o seu partido. A plateia havia esperado uma hora pelo discurso. Parecendo pouco animada e dispersa, só levantou em aplausos e gritinhos quando subiu ao palco Herman Cain. Era a surpresa da noite: o ex-rival de Gingrich, que deixara a disputa em dezembro sob suspeitas de assédio sexual, declarou seu apoio ao ex-presidente da Câmara. Cerca de 14 horas depois, Romney subiria em um palanque em uma praça de Naples, cidade de 20 mil habitantes cuja renda per capita anual é de US$ 78 mil e, diz o Censo americano, 48,5% da população tem mais de 65 anos -nos dois casos, quase o triplo da média estadual. OPERAÇÃO SIMPATIA Como o rival, o candidato parecia sugado por uma agenda que o leva a rodar centenas de quilômetros por dia (a maior parte deles no ônibus de campanha). Falou por não mais que 20 minutos, defendendo sua experiência como executivo e investidor que ressoa muito bem entre essa população, e recitando versos de uma canção patriótica. No que pareceu um esforço para parecer mais simpático -Romney é criticado por seu jeito mecânico, quase frio-, apresentou 1 dos 5 filhos, 1 dos 15 netos, e a mulher, Ann. Coube a ela contar anedotas familiares retratando o candidato como um bom pai e marido. Sem que boa parte dos pouco mais de mil presentes pudesse vê-lo, tirou algumas fotos e partiu, apressado. Com chances mínimas, o deputado Ron Paul desistiu do Estado e focou recursos direto na próxima etapa, no Maine. Rick Santorum cancelou a agenda por problema de saúde de sua filha caçula. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |