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ONU debate resolução branda contra Síria

Novo rascunho elimina pedido de saída do ditador Bashar Assad; objetivo é obter adesão da Rússia, aliada dos sírios

Russos dizem não ter intenção de suspender venda de armas à Síria; conflito já matou ao menos 5.400 no país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Conselho de Segurança das Nações Unidas começou a discutir ontem uma nova resolução sobre a Síria que, segundo a agência Associated Press, elimina as referências à saída de Bashar Assad e à organização de eleições livres -hoje o país é uma ditadura de partido único, o Baath.

O rascunho da resolução diz, entretanto, que o conselho dá "total apoio" ao plano da Liga Árabe divulgado no dia 22 de janeiro, que cita explicitamente esses dois pontos e defende a transição para um novo sistema político.

O objetivo do plano da Liga é fazer cessar a violenta repressão a oposicionistas, que matou mais de 5.400 na Síria desde março de 2011, segundo estima a própria ONU.

A intenção aparente das mudanças no texto da resolução é obter a adesão da Rússia. Membros permanentes do conselho, com poder de veto, os russos se opõem frontalmente a qualquer texto que implique a saída de Assad.

A nova versão do texto também suprimiu um parágrafo em que se pedia aos Estados-membros da ONU providências para evitar a venda de armas à Síria. A Rússia é um dos maiores fornecedores de material bélico aos sírios.

"Atualmente, não existe nenhuma restrição à venda de armas para a Síria, e nós temos de cumprir nossos contratos", declarou o vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, em Moscou.

O embaixador do país na ONU, Vitaly Churkin, chamou a discussão de "construtiva" e disse que há uma "compreensão mais clara do que é preciso para chegar a um consenso". Ainda assim, não estava claro ontem se as concessões seriam suficientes para obter o apoio dos russos.

O togolês Kodjo Menan, que ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança, afirmou que a "sensação" é que o consenso será atingido logo. Os embaixadores do Reino Unido e da França disseram que esperam votar a versão final ainda hoje.

PROTESTO REPRIMIDO

Hama, um dos focos da revolta na Síria, foi tomada ontem por forças de segurança do governo, que tinham o objetivo de reprimir eventuais manifestações. Há 30 anos, as tropas do pai de Bashar, Hafez Assad, sufocaram uma rebelião na cidade e deixaram ao menos 10 mil mortos.

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