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Sem acordo, Grécia fica próxima do calote

FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia exigem mais medidas de austeridade para liberar € 130 bilhões

Enquanto a pressão internacional cresce, sindicatos protestarão hoje contra as medidas com uma greve geral

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

A Grécia flerta cada vez mais com a possibilidade de não ter como pagar suas dívidas. Sem chegar a um consenso sobre as medidas de austeridade exigidas pelos credores, o governo mais uma vez descumpriu um prazo dado pelos negociadores do acordo para um segundo pacote de resgate ao país.

Dessa forma, até mesmo a permanência do país na zona do euro está em risco.

Enquanto a pressão internacional pelo acordo cresce, sindicatos protestarão hoje contra as medidas com uma greve geral e manifestações na praça Sintagma, em frente ao Parlamento grego.

Em entrevista após encontro em Paris, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disseram que "o tempo está se esgotando" e que não haverá um novo resgate se a Grécia não aceitar as condições do Banco Central Europeu (BCE), da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A questão discutida agora não são as perdas que os credores privados terão com o acordo, mas, sim, a disposição do governo de se comprometer com as medidas de austeridade econômica.

Para ter acesso a um novo empréstimo, de € 130 bilhões, a coalizão que governa a Grécia precisa aceitar a redução do deficit público, cortes de empregos e de empresas públicas, menores salários e aposentadorias, uma reforma trabalhista e a reestruturação de bancos domésticos.

A tarefa se torna mais difícil quando os partidos que fazem parte do governo são tão heterogêneos: o primeiro-ministro Lucas Papademos conta com socialistas, conservadores e ultradireitistas em sua base de apoio.

O encontro de lideranças que pode acabar com o impasse foi adiado para hoje.

Na semana passada, Evangelos Venizelos, ministro das Finanças, disse que a proposta opõe ajuda financeira a dignidade nacional.

Ontem, o ministro de Reforma Administrativa do país anunciou que o governo concordou em cortar 15 mil servidores até o fim do ano.

Sem o novo empréstimo, que se somaria aos € 110 bilhões já disponibilizados em 2010, a Grécia não terá como pagar parte da dívida, no valor de € 14,5 bilhões, que vence no dia 20 de março.

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