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Aumenta o isolamento do regime sírio

Seis países árabes expulsam embaixadores sírios; seis governos europeus chamaram de volta seus representantes

Rússia mantém apoio e vê 'comprometimento' de Assad com solução negociada; EUA avaliam opção militar, diz CNN

DE SÃO PAULO

Cresce, a cada dia, o isolamento ao regime de Bashar Assad. Ontem, seis países árabes expulsaram embaixadores sírios de suas capitais, e já são seis os governos europeus a convocarem seus representantes em Damasco.

Alheio à movimentação, o ditador sírio prometeu, mais uma vez, acabar com o banho de sangue que já matou mais de 5.400 pessoas na Síria em 11 meses, segundo a ONU. Desta vez, a "garantia" foi dada ao chanceler russo, Serguei Lavrov, em Damasco.

Rússia e China -que vetaram resolução contra a Síria no Conselho de Segurança no sábado passado- ainda acreditam no diálogo com Assad.

Lavrov disse ter recebido ontem a "confirmação" de que ele está disposto a seguir os pontos sugeridos pela Liga Árabe no primeiro acordo -libertação de presos políticos, retirada de tanques das ruas e diálogo. "[Assad] garantiu que está plenamente empenhado em acabar com a violência, não importa a origem."

A decisão de expulsar os embaixadores sírios foi tomada pelos países do Conselho de Cooperação do Golfo -Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes, Qatar, Bahrein e Kuait. Em nota, o grupo denunciou o "massacre coletivo" cometido pelo regime.

Os governos de França, Itália, Espanha e Holanda chamaram de volta seus embaixadores -o que, na diplomacia, é um ato de repreensão ao outro governo. Reino Unido e Bélgica tinham tomado a mesma decisão na véspera, quando os EUA fecharam sua embaixada em Damasco.

EUA AVALIAM AÇÃO

A Turquia, que já foi uma importante aliada síria, anunciou que lançará uma "nova iniciativa com os países que apoiam o povo sírio, não o regime". Paris e Washington também defendem a formação de um "grupo de amigos" para dar suporte à oposição.

Segundo a rede CNN, porém, fontes no governo dizem que o Pentágono já está avaliando opções para a Síria que incluem ações militares.

Para o Brasil, esse tipo de grupo só será legítimo se for abrangente e estiver sob o "guarda-chuva" do sistema das Nações Unidas. "Principalmente por ser um 'grupo de amigos', tem que ter gente dos dois lados. Tem que ver se, por exemplo, Rússia e China querem participar", disse à Folha o enviado especial do Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto.

O Ministério do Interior sírio, porém, disse que continuaria com as "operações" contra "terroristas" em Homs. Ontem, segundo ativistas, 19 pessoas morreram na cidade, a segunda maior do país.

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