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Grécia fica perto de acordo para cortar despesa em troca de ajuda

Falta consenso entre líderes partidários para uma medida, que prevê redução nas aposentadorias

Ministros das Finanças dos países da zona do euro reúnem-se hoje em Bruxelas para discutir pacote de € 130 bilhões

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Os líderes dos partidos da coalizão que governa a Grécia se aproximaram ontem de um acordo sobre as medidas de austeridade exigidas pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional para o novo resgate do país. O primeiro-ministro Lucas Papademos concordou com cortes que podem chegar a € 3 bilhões.

Faltou consenso apenas para a medida, que prevê redução de 15% em pensões e aposentadorias. "Não posso em uma hora tomar uma decisão que condicionará o futuro da população durante 40 ou 50 anos", disse Yorgos Karatzaferis, líder do partido ultradireitista Laos.

Os ministros das Finanças da zona do euro foram convocados para uma reunião em Bruxelas, no fim da tarde de hoje, para discutir o acordo. A chefe do FMI, Christine Lagarde, também comparecerá, o que reforça os indícios de que o país enfim se comprometeu a implementar as medidas que lhe são exigidas.

Para obter um novo empréstimo, de € 130 bilhões, o governo e os partidos de sua base têm que assinar documento se comprometendo a reduzir em cerca de 20% salários, a fechar empresas públicas e a promover reformas estruturais no país.

Com esse dinheiro, será possível pagar uma parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence em março. Um calote poria em risco a permanência do país na zona do euro.

Além do empréstimo, a Grécia precisa concluir o acordo com os credores do setor privado, pelo qual a dívida do país será reduzida em € 100 bilhões por meio de uma renegociação que envolve a troca de títulos.

Reduzir o deficit da Grécia, hoje em cerca de 160% do PIB, para 120% em 2020 pode envolver mais esforços.

O BCE, o maior credor individual do país, está sob uma crescente pressão para abrir mão de eventuais lucros com os títulos que detém, especialmente do FMI.

O Fundo considera que, só com o perdão dos credores privados, o deficit grego chegaria a 130% do PIB em 2020, longe da meta estipulada. Sem o seu aval, não haverá o pacote de € 130 bilhões.

Assim que concluído, o acordo será submetido a aprovação no Parlamento.

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