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Análise Cresce descrença de que o país escapará de um futuro sombrio VAGUINALDO MARINHEIRODE SÃO PAULO Qual o futuro da Grécia? O país sairá do buraco ou será expelido da zona do euro? Há quase dois anos, o mundo político-econômico faz essas mesmas perguntas, e cresce o número dos que apostam na desgraça. Não é para menos. O governo grego anunciou ontem ter chegado a um novo acordo com os partidos políticos para implementar mais austeridade e, com isso, reduzir suas dívidas. É a contrapartida exigida para receber outro empréstimo, de € 130 bilhões e evitar o calote imediato. O pacote vai na linha de todos apresentados desde maio de 2010: corte de salários e de aposentadorias, demissões e menos investimentos. Até agora, não deram resultado positivo. A Grécia deve ter o quarto ano de recessão em 2012. Projeções otimistas apontam que a economia encolherá 4%. De outubro a novembro, mais 126 mil entraram para a lista de desempregados, e a taxa está agora em 20,9%, o triplo do registrado em 2008. A produção industrial caiu 11,3% em um ano, e 30% dos gregos estão abaixo da linha da pobreza. Além dos riscos econômicos, há o de convulsão social. Os dois principais sindicatos do país, que representam metade dos trabalhadores, anunciaram uma nova greve geral para hoje e amanhã. Há expectativa de confrontos entre grevistas e a polícia, uma constante nas ruas de Atenas também desde 2010. O cenário político pouco ajuda. O país está com uma espécie de governo interino, de coalizão, desde novembro de 2011, após a renúncia de George Papandreou. Lucas Papademos, o novo premiê, assumiu com currículo de técnico e intenção de recuperar a confiança dos investidores externos. Não deu certo, e novas eleições estão marcadas para abril, o que faz os partidos, mesmo os da coalizão, temerem a imagem de promotores da austeridade. Isso tudo afugenta investimentos externos, essenciais para fazer o pais produzir e gerar empregos. Sem eles, a tragédia grega parece bem longe do fim. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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