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Mais 110 morrem em cerco a cidade síria

Segundo ativistas, mortos em Homs ultrapassam os 300 desde sábado; Brasil considera a situação "gravíssima"

China afirma ter recebido missão de opositores sírios e diz querer manter contato com 'grupos relevantes'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O sexto dia de ofensiva das forças de Bashar Assad em Homs matou, pelo menos, 110 civis, segundo relatos de ativistas. Eles estimam que, desde sábado, já morreram entre 300 e 400 pessoas na cidade que virou símbolo de resistência ao regime.

A escalada de violência fez com que ONU e Liga Árabe considerassem o envio de uma missão conjunta à Síria. A proposta será discutida por ministros árabes no Cairo, no próximo domingo.

O secretário-geral da liga, Nabil al Araby, havia anunciado que uma nova missão de observadores só seria enviada ao país se fosse maior e mais bem equipada. Cerca de 165 monitores chegaram a entrar na Síria, mas a missão foi suspensa no fim de janeiro.

A China afirmou, ontem, ter recebido nesta semana uma delegação de dissidentes sírios. Um porta-voz do Ministério do Exterior disse que o país "quer manter contato e comunicação com grupos relevantes de oposição."

A nação é criticada por, com a Rússia, ter vetado resolução da ONU à Síria.

De acordo com ativistas, 131 civis teriam sido mortos -entre eles, dez crianças- ontem em todo o país. Em Homs, forças do regime usam tanques, morteiros e foguetes contra a população. O governo culpa "grupos terroristas" por ataques com granadas e bombas.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, classificou ontem a situação no país como "gravíssima" e "preocupante" e disse ver com bons olhos o retorno dos observadores da Liga Árabe, com apoio da ONU. "Esperamos que essa movimentação diplomática da Liga Árabe continue."

A Turquia, no entanto, diz "não ser suficiente" o envio de observadores. Ancara quer formar um grupo com países da região após o "fracasso" da ONU com o veto de Rússia e China. O chanceler Ahmet Davutoglu viajou ontem a Washington para discutir o tema com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou anteontem o veto de Rússia e China, dizendo que a falta de unidade do Conselho "encorajou" o governo sírio a intensificar os ataques contra civis.

"Temo que a brutalidade chocante que testemunhamos em Homs seja um prenúncio sombrio do que está por vir."

As ações de repreensão e isolamento da Síria continuaram ontem. A missão diplomática foi expulsa pelo novo governo da Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi. Na Alemanha, quatro funcionários da embaixada foram expulsos sob acusação de espionar opositores sírios.

Colaborou MAELI PRADO, de Brasília

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