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Eleição põe novos cortes gregos em dúvida

Antonis Samaras, favorito para disputa pelo cargo de primeiro-ministro em abril, acena com revisão de acordo

Europa exige que partidos assumam compromisso para só depois liberar € 130 bi e salvar país de default

DO ENVIADO A ATENAS

Embora tenha conseguido obter a aprovação do programa de austeridade no Parlamento na madrugada de ontem, a Grécia já tem dois novos obstáculos a superar na corrida por seu novo pacote de resgate.

Antonis Samaras, líder do partido conservador e favorito ao cargo de premiê nas próximas eleições, em abril, declarou a seus representantes no domingo que votassem a favor do acordo, "de maneira que o país tenha a possibilidade de negociar e mudar a política que é imposta hoje".

Sua frase afronta uma das condições exigidas pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional para a liberação do empréstimo de € 130 bilhões. O grupo pede o compromisso, por escrito, dos líderes políticos da coalizão governista com as políticas de austeridade mesmo após o novo pleito.

Outra condição também não foi alcançada: cortes adicionais de € 325 milhões no Orçamento deste ano. Os credores querem saber exatamente de onde sairão esses recursos.

Sem a aprovação do novo plano de resgate e a conclusão da negociação do acordo com os credores do setor privado, a Grécia não terá condições de arcar com uma parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence no fim de março.

Caso haja um calote, o país pode ser forçado a sair da zona do euro, algo que o premiê Lucas Papademos tenta evitar a todo custo.

O prazo para que a Grécia contorne os obstáculos vence amanhã, quando haverá uma nova reunião dos ministros de Finanças da zona do euro para discutir os termos do acordo. A liberação do empréstimo no encontro, contudo, parece pouco provável.

Na Alemanha, a aprovação contou com o apoio da chanceler Angela Merkel, que disse que as medidas vão além de austeridade, sendo também "reformas estruturais".

Em visita a Brasília, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, se disse contente com a aprovação do pacote, mas ressaltou que é somente o primeiro passo. "O povo grego está carregando um fardo pesado. Mas é somente o primeiro passo. A implementação operacional das reformas precisa começar, e nós, da Alemanha, não esperamos que nenhum outro país fizesse mais do que faríamos."

O Parlamento alemão também precisará avalizar o empréstimo à Grécia, e uma reunião com essa fim foi convocada para 27 de fevereiro, dando pouco prazo entre a liberação dos recursos e o vencimento da dívida em março.

Colaborou MAELI PRADO, de Brasília

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