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ONU condena violações de direitos na Síria Com apoio do Brasil, Assembleia-Geral aprova relatório contra ditadura de Bashar Assad; medida tem força simbólica Texto similar ao vetado por Rússia e China no início do mês não inclui sanções; houve mais 70 mortes na Síria ontem
DE NOVA YORK Com apoio do Brasil, a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou ontem resolução condenando violações dos direitos humanos na Síria. Ontem, a repressão no país matou pelo menos 70 pessoas, segundo ativistas, e a onda de revolta se intensificou na região norte síria. O relatório na ONU foi aprovado por 137 votos favoráveis e 12 contrários. Houve, também, 17 abstenções. A delegação brasileira votou a favor do documento. Ontem, problemas técnicos impediram a contagem dos votos de todos os países. A ONU deve divulgar hoje o número final. Pouco antes da votação, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pronunciou-se contra as mortes. "Todo dia o número [de mortos na Síria] sobe. Vemos bairros sendo bombardeados indiscriminadamente e hospitais sendo usados como centros de tortura." Segundo estimativa da ONU, mais de 5.400 pessoas morreram em 11 meses, e há milhares desaparecidos por se oporem ao regime sírio. O texto aprovado pede que o ditador Bashar Assad transfira o poder ao vice, que seria responsável pela formação de um governo de união, pela convocação de eleições e pela permissão de acesso humanitário ao local. A aprovação na assembleia tem força simbólica, já que as medidas propostas não são obrigatórias, mas denota pressão crescente sobre a Síria. Neste mês, os EUA fecharam sua embaixada no país. O Brasil já votara na Assembleia-Geral da ONU contra o regime de Assad, em novembro de 2011, quando o órgão também havia se pronunciado condenando a morte de civis e outras violações. Na semana passada, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, classificou a situação na Síria como "gravíssima" e "preocupante". No início deste mês, o Conselho de Segurança (órgão decisório do organismo) votou documento em que apontava abusos. O relatório foi vetado por China e Rússia. O vice-chanceler da China, Zhai Jun, deve viajar hoje à Síria. Ontem, ele afirmou que sanções ou ameaças não são caminhos para a resolução dos conflitos. Segundo diplomatas, a condenação na Assembleia-Geral era uma "mensagem forte" não só a Assad, mas aos países que ainda oferecem suporte ao regime. Além de China e Rússia, Venezuela e Coreia do Norte votaram contra a resolução na ONU. ESCALADA DA VIOLÊNCIA A violência na Síria tem se intensificado. Estimativas apontam que, só nos primeiros dias de fevereiro, mais de 400 pessoas morreram no cerco a Homs, cidade-símbolo de resistência ao regime e que foi bombardeada ontem pelo 13º dia seguido. A Síria prevê um referendo no dia 26 de fevereiro sobre nova Constituição para o país. A oposição defendeu um boicote à consulta. Ontem, funcionários ligados ao governo dos EUA expressaram preocupação com a percepção de que a rede terrorista Al Qaeda está se infiltrando na oposição síria. No domingo, o grupo manifestou apoio à insurgência. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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