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Mais americanos veem choque de classes

Taxa de entrevistados que dizem haver conflitos fortes ou muito fortes entre pobres e ricos sobe de 47% para 66%

Discurso do movimento "Ocupe", iniciado em setembro de 2011, capturou consciência da população, diz instituto

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Com a crise econômica, mais americanos estão percebendo os EUA como um país dividido entre ricos e pobres.

Pesquisa do Pew Research Center aponta que 66% dos entrevistados veem conflito forte ou muito forte entre as classes sociais. Em 2009, esse percentual era de 47%.

O número de pessoas que afirmam existir choque muito forte (30%) é o maior registrado desde o início das pesquisas da entidade, em 1987, e representa o dobro do que a resposta obteve na edição passada do levantamento, em julho de 2009.

Para o instituto, o discurso do movimento "Ocupe", que desde setembro de 2011 promove manifestações contra desigualdade social e lucros corporativos, capturou a consciência dos americanos, mesmo após os manifestantes terem sido retirados de espaços públicos.

Kim Parker, um dos diretores do centro de pesquisa, argumenta, porém, que o fato de mais norte-americanos apontarem a oposição de classes não significa necessariamente que a maioria da população do país esteja revoltada com isso.

"A visão das pessoas sobre os motivos que levaram os ricos a se tornarem ricos não mudou recentemente: 46% disseram que os ricos ganharam dinheiro porque conhecem as pessoas certas ou nasceram em famílias ricas, mas quase o mesmo percentual (43%) disse que a razão é o trabalho duro."

A sondagem também indica que os americanos veem a sociedade mais polarizada entre imigrantes e nascidos nos Estados Unidos e entre jovens e idosos.

Os negros são a fatia da população que mais enxerga conflito entre ricos e pobres. Entre os entrevistados negros, 74% afirmaram que há tensão forte ou muito forte entre as classes sociais.

De acordo com o censo, enquanto o índice de pobreza geral nos Estados Unidos é de 13,8%, a taxa para os negros é de 27,4%.

RENDA

A percepção dos americanos sobre a oposição entre os grupos nos EUA está em sintonia com o que mostram as pesquisas do escritório oficial de estatística. Segundo o órgão, há piora na renda e alta da desigualdade.

A renda da população recuou 2,3% no ano passado na comparação com o anterior. Indicador que considera, por exemplo, propriedades, ações e joias mostra que essas riquezas ficaram mais concentradas nas mãos dos 10% mais ricos -de 49% em 2005 para 56% em 2009.

A pesquisa do Pew Research Center ouviu 2.048 pessoas em dezembro do ano passado. A margem de erro da pesquisa é de 2,9 pontos percentuais.

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