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Zona do euro deve ter retração de 0,3%

Previsão da Comissão Europeia, apresentada ontem, projeta maiores contrações para Grécia e para Portugal

Maior economia do continente, Alemanha pode registrar apenas 0,6% de crescimento do PIB em 2012

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

A economia da zona do euro deve sofrer retração de 0,3% em 2012, de acordo com relatório apresentado ontem pela Comissão Europeia. Na União Europeia, o estudo indica que a economia permanecerá estagnada.

Dos 17 países que adotam o euro, nove devem ter recessão: Bélgica, Grécia, Espanha, Itália, Chipre, Holanda, Portugal, Eslovênia e Hungria. As piores projeções são para Grécia (4,4%) e Portugal (3,3%). Itália e Espanha, países que também preocupam os investidores internacionais, devem ter quedas de 1,3% e 1%, respectivamente.

A Alemanha, principal economia do continente, deve crescer apenas 0,6% em 2012. Apesar disso, pesquisas indicam que o otimismo quanto aos negócios no país cresceu pelo quarto mês seguido.

A última recessão da zona do euro aconteceu em 2009, quando, abalada pela grande crise global, a economia registrou queda de 4,3%.

Olli Rehn, comissário da União Europeia para assuntos econômicos e monetários, alertou que "o ciclo negativo de dívidas soberanas fracas, mercados financeiros frágeis e queda na economia real não parece ter sido rompido ainda". Para Rehn, os números finais dependem das decisões políticas ao longo do ano.

ACORDO

Uma dessas importantes decisões foi tomada ontem: o Parlamento da Grécia aprovou os termos do acordo com os credores privados, que deve ser formalmente apresentado hoje ao mercado e finalizado até 12 de março.

Com isso, evita-se a hipótese de um calote do país no curto prazo -uma parte da dívida, de € 14,5 bilhões, vence no dia 20 de março.

Esse acordo, pelo qual os credores privados aceitam uma perda de 53,5% no valor nominal dos títulos que possuem (cerca de € 107 bilhões), é uma das condições impostas pela "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) para que a Grécia receba um segundo empréstimo internacional, no valor de € 130 bilhões.

A legislação aprovada dá prazo de pelo menos dez dias para que os credores analisem a oferta. Quando o país tiver a resposta de pelo menos 50% dos investidores privados, com dois terços declarando-se favoráveis ao acordo, os demais também são obrigados a aceitar as perdas.

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