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Nos EUA, 'inimigo' iraniano fica provisoriamente em 2º plano

Washington não sabe como lidar com programa nuclear de Teerã

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Embora o foco na crise econômica, a rivalidade comercial com a China e a ameaça mais imediata de um colapso na Síria tenham deixado o Irã provisoriamente em segundo plano, ainda é Teerã o inimigo evocado quando se fala em guerra nos EUA.

Essa retórica continua subjacente no discurso do governo americano (estava lá quando o presidente Barack Obama anunciou sua nova estratégia de defesa, no início do ano) e aparece explícita do lado republicano.

Mas tem perdido parte do fôlego diante de um problema menos conjuntural: as negociações estão há mais de dois anos empacadas, e os EUA não sabem o que fazer para lidar com a possibilidade de o programa nuclear do país se tornar bélico.

"É um momento em que se precisa muito de mediação, mas ela não existe", diz Trita Parsi, presidente do Conselho Nacional Iraniano-Americano, em Washington.

Hans Blix -o ex-chefe da AIEA (agência de energia atômica da ONU) que se tornou célebre por contrariar os EUA e alertar para a falta de provas da existência de armas químicas no Iraque antes da guerra de 2003- concorda com a tese.

"Podiam tentar algo similar agora [ao acordo negociado por Brasil e Turquia em 2010 e rejeitado pelos EUA], mas não sei se ainda há tempo", afirmou Blix à Folha.

DISPUTA ELEITORAL

Na falta de propostas viáveis, cresce do lado conservador uma nova vertente anti-Teerã. Nas últimas semanas, tornaram-se frequentes alegações de que o Irã teria "campos de treinamento" de milícias na América Latina, sobretudo na Venezuela.

Neste mês, o senador Robert Menendez, um democrata de Nova Jersey, promoveu uma audiência sobre o tema no Congresso, convocando para depor analistas linha-dura, como Roger Noriega, responsável pela política para as Américas no Departamento de Estado de George W. Bush (2001-2009).

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