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Farc anunciam fim do sequestro de civis

Guerrilha, de origem comunista, afirma ainda que libertará os últimos dez militares que mantém em cativeiro

Aceno do grupo, que tem no narcotráfico grande fonte de renda, foi recebido com cautela pelo presidente

Luis Acosta/France Presse
Centenas de civis e policiais protestam em Bogotá, em dezembro, contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o assassinato de reféns
Centenas de civis e policiais protestam em Bogotá, em dezembro, contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o assassinato de reféns

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram o fim do sequestros de civis e a libertação dos seus dez "últimos prisioneiros de guerra" -militares e policiais mantidos como reféns há mais de dez anos.

A guerrilha fez o anúncio como uma oferta para retomar as negociações de paz com o governo. A proposta, contudo, foi recebida com cautela pelo presidente Juan Manuel Santos, que considerou, em mensagem no Twitter, "um passo importante e necessário na direção correta, mas não o suficiente".

Em comunicado em sua página na internet, a guerrilha explica que deixará de sequestrar civis como fonte de renda. Somente nos últimos oito meses, a guerrilha fez ao menos 25 civis reféns.

"Anunciamos (...) que a partir desta data, abandonaremos a prática [do sequestro extorsivo]", diz o texto, que não deixa claro se o grupo ainda mantém reféns civis.

Criada em 1964, a guerrilha -de origem comunista- tem como uma das principais fontes de renda o narcotráfico. Já chegou a contar com 17 mil membros, mas hoje tem cerca de 9.000.

O grupo perdeu força na última década diante da ofensiva militar nas áreas mais remotas, que resultou na morte de seus principais líderes.

Desde 2008, a guerrilha libertou unilateralmente 20 reféns, em uma tentativa, sem resultado, de soltar cerca de 500 de seus rebeldes.

Ontem, o grupo se comprometeu a libertar os últimos quatro oficiais reféns, além dos seis que já havia prometido em janeiro.

Santos disse estar contente pelos reféns e afirmou que o governo dará as garantias necessárias para que a libertação não se transforme em um "circo midiático".

O fim dos sequestros e a libertação de todos os reféns são apenas duas das condições do governo para o diálogo, que incluem ainda o fim do recrutamento de menores e do narcotráfico.

A própria guerrilha faz suas ressalvas a uma trégua. Ela alega que o governo aumentou o orçamento militar, um sinal de "prolongação indefinida da guerra".

"Ela trará consigo mais mortes e destruição [...] e a necessidade de recorrer a outras formas de financiamento ou pressão política por nossa parte", alerta, sem dar detalhes sobre as novas ações.

BRASIL

No comunicado, a guerrilha agradece ainda a "disposição generosa" do governo brasileiro em auxiliar nas operações de resgate.

Desde 2009, o Exército brasileiro coordenou o resgate de oito reféns, em duas operações, a pedido de Bogotá.

Este mês, Santos chegou a cobrar o país por retardar a operação de resgate dos seis reféns. A guerrilha havia anunciado a operação, mas, em janeiro, adiou, argumentando militarização da área.

Procurado pela Folha, o Itamaraty não quis se pronunciar sobre o comunicado.

Leia a íntegra do comunicado das Farc
folha.com/no1053754

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