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Chanceler alemã perde a maioria absoluta e corre risco

Em meio a tensões na coalizão, Angela Merkel não obtém 'maioria do chanceler' em votação sobre pacote grego

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pela primeira vez desde o início de seu segundo mandato, em 2009, a chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, não conseguiu obter a maioria absoluta na votação anteontem do segundo pacote de resgate à Grécia pelo Parlamento, colocando em risco a estabilidade de seu governo.

A oposição partiu para o ataque e defendeu que a chanceler seja submetida a um voto de confiança.

Merkel precisava de 311 votos de parlamentares de sua base -democratas-cristãos e liberais- para manter a chamada "maioria do chanceler". Obteve 304 -e 15 membros de seu próprio partido, a CDU, não apoiaram o pacote, que só foi aprovado graças aos votos da oposição.

Jornais alemães, ecoando as vozes oposicionistas, estão chamando o episódio de "o crepúsculo da chanceler".

"O colapso da coalizão está à toda", disse o líder socialdemocrata Frank-Walter Steinmeier ao jornal "Tagesspiegel". "O limite à sua capacidade de ação foi atingido."

O presidente dos Verdes, Jürgen Trittin, sugeriu que seja aplicado o artigo 68 da Constituição alemã, que prevê a convocação do voto de confiança no caso de perda de "maioria do chanceler".

"O governo Merkel erodiu", disse Trittin ao semanário "Die Zeit", chamando a votação de anteontem de uma "derrota amarga" para a chanceler.

Aliados de Merkel, porém, minimizaram os riscos, sustentando que não "há erosão" no governo e argumentando que nas votações cruciais ela conta com o apoio dos parlamentares social-democratas e verdes.

Porém, a perda de apoio dentro do bloco democrata- cristão às medidas anticrise e tensões com os liberais podem minar seu controle.

Há cerca de dez dias, os liberais do FDP se rebelaram contra a chanceler, unindo-se à oposição e apoiando um candidato à Presidência do país a que ela se opunha -o dissidente da antiga Alemanha Oriental Joachim Gauck. A Merkel não restou alternativa senão acatar a indicação.

"Estamos observando com preocupação o fato de que o apoio à agenda europeia do governo continua claramente a se enfraquecer dentro do bloco democrata-cristão", disse Patrick Döring, secretário-geral do FDP, ao "Tagesspiegel".

Apesar das desavenças, a chanceler alemã continua popular. Segundo pesquisa do instituto Forsa, de 22 de fevereiro, a CDU obtém hoje 38% dos votos, contra 2% do FDP. As eleições serão em setembro ou outubro de 2013.

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