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Análise Europa

Desemprego subiu 46,8% desde 2008

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

A crise econômica mundial, que tem a quebra do Lehman Brothers em setembro de 2008 como seu grande marco, continua a provocar efeitos devastadores sobre o emprego na Europa.

Um mês antes da falência do banco norte-americano, apenas um país entre os 27 da União Europeia tinha taxa de desemprego acima de 10%. Era a Espanha (11,3%). Hoje, 12 estão nessa situação.

O país ibérico continua a ser o recordista, com 23,3%.

Ou seja, quase um em cada quatro espanhóis com idade para trabalhar está à toa.

A Grécia vem logo atrás, com 19,9% em novembro de 2011, último dado disponível. Em 2008, a taxa era de 7,5%.

O total de desempregados na UE saltou de 16,6 milhões em agosto daquele ano para 24,3 milhões em janeiro de 2012. Aumento de 46,8% -7,7 milhões de pessoas (equivalente à população da Suíça).

Só um país melhorou nesse período, a Alemanha. Sua taxa era de 7,2% em agosto de 2008. Hoje está em 5,8%.

Há algumas razões para o sucesso alemão.

O país acertou ao fazer investimentos públicos em setores como infraestrutura no auge da crise e financiou empresas em dificuldade, o que manteve a economia funcionando e impediu que muitas demitissem.

Além disso, beneficiou-se de um dos efeitos da crise, a queda da cotação do euro, o que favoreceu as vendas de suas indústrias, muito voltadas para a exportação.

Já havia feito também reformas trabalhistas e pôde ampliar um programa que permite aos empregadores reduzir a carga horária dos funcionários e os seus salários, que são complementados, em parte, pelo Estado.

GERAÇÃO PERDIDA

A Alemanha tem hoje a menor taxa de desemprego no continente entre jovens de 15 a 24 anos (7,8%).

Na Espanha e na Grécia, metade das pessoas nessa faixa etária está sem trabalho.

É a chamada geração perdida, que não tem emprego hoje nem perspectiva de melhora futura.

O percentual de desempregados entre os jovens espanhóis e gregos mais que dobrou desde a derrocada do Lehman Brothers.

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