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Sob críticas, mídia britânica dissolve agência reguladora

Desmoralizada após escândalo de grampos ilegais, comissão criada por jornais há 21 anos será substituída

Extinção se antecipa à provável recomendação da Justiça na decisão sobre o caso de grampos em tabloide de Murdoch

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Desgastada pelo escândalo de grampos ilegais envolvendo os jornais do magnata de mídia Rupert Murdoch, a agência autorreguladora da imprensa britânica vai ser dissolvida para dar lugar a um novo órgão.

Fundada há 21 anos por donos de jornais e revistas do Reino Unido, a Comissão de Reclamações sobre a Imprensa (PCC, na sigla em inglês) foi criticada por celebridades e outras vítimas afetadas pelas escutas dos tabloides, em especial do "News of the World", de Murdoch.

A decisão anunciada ontem antecipa o esperado destino da agência, cuja ordem de fechamento deve aparecer no relatório da comissão judicial que investiga o escândalo desde novembro.

A principal crítica à PCC era o seu pouco poder de fogo: o órgão poderia exigir a publicação de retratações, mas não impor multas.

Ontem, o presidente do órgão, David Hunt, prometeu que, com a nova comissão, o Reino Unido terá "pela primeira vez um órgão regulatório da imprensa com dentes".

No entanto, detalhes sobre os poderes e o mandato da nova agência não foram divulgados. A repaginação da PCC quer demonstrar que é possível um modelo efetivo de autorregulamentação e evitar que uma agência estatal ou independente monitore conteúdo num dos mercados de mídia mais competitivos do mundo.

Os desdobramentos do escândalo dos grampos ilegais utilizados pelo tabloide "News of the World" (que levaram ao seu fechamento em 2011) ameaçam agora outro negócio de Murdoch no Reino Unido -a BSkyB, maior operadora de TV por assinatura no país, da qual ele detém 39% das ações. A BSkyB é presidida por James Murdoch, 39, filho do magnata.

A agência reguladora do negócio de mídia do governo britânico, Ofcom na sigla em inglês, está usando os documentos levantados pela comissão judicial do caso para determinar se é "adequado" que a família siga com a concessão da operadora.

Divulgadas ontem, atas de reuniões da Ofcom obtidas por meio da "Freedom of Information Act" (Lei de Liberdade de Informação) britânica demonstraram que o tema foi debatido em 24 de janeiro e em fevereiro, quando foi decidido intensificar a análise sobre a validade da licença.

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