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Opinião

Príncipe Harry vive rotina de funcionário público perfeito

Neto da rainha é peça-chave para as relações públicas do Reino Unido

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

O funcionário público perfeito existe e ele acaba de desembarcar no Brasil. Foi educado na melhor escola pública de seu reino (Eton), conviveu desde o berço com as pessoas mais preparadas e vem recebendo treinamento intensivo desde o dia em que saiu da maternidade.

A atual viagem é um misto de relações públicas com teste de suas habilidades. Aliás, sua vida é um grande intensivão que inclui desde provas de sobrevivência no Afeganistão até provas de integridade moral e física quando vê a paciência ser testada pelos flashes de paparazzi em portas de casas noturnas.

Espera-se que o príncipe Harry, 27, seja perfeito e sorridente, e ele cumpre seu papel de bom grado, uma vez que lidar com gente é tão natural para ele quanto mexer com lixo para um urubu.

Desde que se conhece por gente, Harry viaja o mundo conhecendo, sendo fotografado por e apertando a mão de pessoas de todas as esferas sociais, credos e origens e tendo acesso a todo tipo de tecnologia.

Foi treinado a usar armas, enfrentar situações as mais díspares e experimentar todos os esportes imagináveis, do badminton ao chamado esporte dos reis, o polo.

Esse funcionário-modelo, que custaria uma fortuna em treinamento a qualquer empresa do planeta, vem sendo preparado pela Coroa para ser uma peça-chave na engrenagem de relações públicas do Reino Unido.

Sua família, os Windsors, ou melhor, a família real britânica, é conhecida pelos bons serviços prestados ao país desde que seu tataratio Edward, homem de vulgaridade extrema, cujo legado se resume a um nó de gravata, abdicou do trono para gozar plenamente de sua impotência ao lado de uma americana duas vezes divorciada.

Mas eu divago.

Assim como um funcionário público, Harry também tem emprego garantido por toda a vida. Se possui tantos méritos quanto alguém que prestou o concurso é um argumento discutível, uma vez que muita gente poderia alegar que seu treinamento foi tão dispendioso quanto impecável. E que o funcionário público jamais comeria tão bem à mesa.

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