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Chefe do Pentágono é alvo de atentado

Ataque com picape ocorre no momento da chegada de Leon Panetta a uma base militar no Afeganistão; não houve feridos

Ainda que fracassada, ação evidencia tensão após soldado americano ter matado 16 civis afegãos, no domingo

Scott Olson/Associated Press
Aeronave com o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, aterrissa na base de Shukvani depois de tentativa de ataque
Aeronave com o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, aterrissa na base de Shukvani depois de tentativa de ataque

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

A base aérea de Camp Bastion, no sul do Afeganistão, foi alvo de uma tentativa de ataque ontem no momento em que um avião transportando o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, pousava no local.

A ação, que não deixou feridos além do agressor, é tida como mais um sinal da tensão que reina no país depois que um soldado americano na província de Candahar (sul) matou no último domingo 16 civis afegãos, entre os quais nove crianças.

A hostilidade aos EUA pode se acirrar ainda mais depois que Washington anunciou ontem que o autor dos disparos, cuja identidade não foi revelada, foi levado para fora do Afeganistão.

A medida contraria parlamentares e população afegãos, que exigiam um julgamento pelas leis locais.

Fontes do governo afegão revelaram ter visto um vídeo, mostrado pelos EUA, em que o soldado aparece se entregando ao voltar à base após cometer o massacre.

Em meio à escalada do sentimento antiamericano, um homem dirigindo uma picape roubada conseguiu furar as barreiras de segurança ao redor de Camp Bastion, uma base sob controle britânico na região de Helmand, e avançou rumo à pista de aterrissagem.

O veículo em seguida bateu em uma canalização e pegou fogo em circunstâncias não esclarecidas, quando se aproximava do avião de Panetta, que acabara de pousar. O agressor, que sofreu queimaduras, foi detido.

O grupo rebelde Taleban, varrido do poder pela invasão americana após o 11 de Setembro, mas hoje cada vez mais poderoso, prometeu vingar as mortes de civis.

Antes do massacre de domingo, os afegãos já haviam ficado furiosos com uma série de atitudes americanas, entre as quais imagens de soldados urinando sobre cadáveres de supostos insurgentes e a queima de exemplares do Corão por militares dos EUA.

Apesar do cenário adverso e da pressão interna por uma retirada das tropas estrangeiros, EUA e Reino Unido, principais aliados na missão afegã, mantiveram o cronograma de retirada, que prevê a entrega do controle às autoridades de Cabul em 2014.

"[EUA e Reino Unido] estamos comprometidos em completar a missão afegã de maneira responsável", disse o presidente Barack Obama após receber o premiê britânico, David Cameron, na Casa Branca. "Não podemos esquecer que houve avanços."

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