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Premiê chinês ataca conservadores e vê 'equilíbrio' no yuan

Wen Jiabao ratificou avaliação de que moeda está valorizada e defendeu reforma política

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê chinês, Wen Jiabao, fez ontem um raro ataque público à ala conservadora do Partido Comunista ao voltar a defender reformas políticas. No campo econômico, ratificou a avaliação de que a valorização da moeda local, o yuan, em relação ao dólar tende a parar.

"Sem uma bem-sucedida reforma política estrutural, é impossível para nós instituir completamente a reforma econômica estrutural", disse, em entrevista ao final da sessão legislativa anual do PC. Ele advertiu que "uma tragédia histórica como a Revolução Cultural (1966-76) pode acontecer novamente".

A menção ao período em que centenas de milhares de pessoas foram mortas ou punidas por questões políticas foi entendida como ataque ao grupo do governador neomaoísta Bo Xilai, que vem promovendo uma revalorização de símbolos da época e quer vaga na cúpula do PC. A cúpula será renovada no final deste ano, após uma década.

Há nove anos no poder, Wen fez reiteradas declarações em favor de mais abertura política, mas nos últimos meses o governo chinês acelerou a perseguição a dissidentes, com centenas de prisões. Num dos vários sinais de que está isolado no partido, trechos de uma entrevista do premiê à revista "Newsweek", em 2010, foram censurados dentro do país.

Sobre o câmbio, Wen lembrou que o yuan se valorizou em mais de 30% desde 2005 e que a relação com o dólar "pode ter chegado a um nível de equilíbrio" (quando a oferta da moeda bate com a procura, indicando que a divisa tem uma cotação justa).

Após manter a moeda atrelada ao dólar do fim de 2008 até junho de 2010, a China a deixou flutuar dentro de certos limites, permitindo que ela se valorizasse em aproximadamente 8% desde então.

Neste ano, porém, o yuan já recuou cerca de 0,5% ante o dólar. O país registrou em fevereiro o maior déficit comercial em mais de uma década: US$ 31,5 bilhões.

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