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Afegão quer tropas da Otan fora das ruas

Presidente Karzai disse que forças estrangeiras devem permanecer em suas bases e sair das vilas e cidade do país

Taleban suspende o diálogo com os EUA; decisões foram tomadas após soldado assassinar 16 civis no Afeganistão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo afegão disse ontem que as tropas da Otan (aliança militar ocidental) devem sair das vilas e cidades do país e permanecer dentro de suas bases.

A decisão foi anunciada pelo presidente Hamid Karzai durante visita do secretário de Defesa americano, Leon Panetta, a Cabul, cinco dias depois de um soldado americano assassinar 16 civis afegãos.

Foi divulgado, ontem, que o soldado bebia -uma violação da conduta militar -e vinha reclamando das missões.

No comunicado, Karzai também afirma que as forças afegãs devem assumir a segurança em todo o seu território até 2013 -um ano antes do que Washington havia previsto para a retirada de seus militares.

"As forças afegãs têm a capacidade de garantir a segurança nas vilas do nosso país", disse o presidente.

Apesar de não ser nova a demanda do Afeganistão por uma transição do controle nas áreas rurais, os novos prazos foram interpretados como um claro sinal de insatisfação.

O governo americano não respondeu imediatamente às declarações de Karzai, mas um alto funcionário do Departamento de Defesa minimizou a pressão do governo afegão.

"Neste momento, não há razão nenhuma para pensar em mudar o calendário [de retirada], e o presidente Karzai não pediu qualquer mudança no cronograma", disse a fonte à Reuters.

A insatisfação com os Estados Unidos também levou o Taleban a anunciar ontem a suspensão das negociações prévias com os americanos.

Em janeiro, o grupo insurgente aceitou abrir um escritório no Qatar para negociar um acordo de paz com os EUA, mas sem a presença do governo afegão.

O Taleban justificou a decisão diante do que seria uma posição "instável, vaga e errática" dos EUA. Segundo o grupo, Washington trouxe novas exigências e precondições ao diálogo.

A Casa Branca disse que seguirá tentando reconciliar governo e insurgência no Afeganistão. "Não há solução possível para o conflito no Afeganistão sem uma solução política", disse o porta-voz de Barack Obama, Jay Carney. Segundo ele, as condições dos EUA sempre foram "claras".

"Quem quer se reconciliar tem que abaixar as armas, renunciar a Al Qaeda e prometer obedecer a Constituição afegã", disse Carney.

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