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Atentados deixam 52 mortos no Iraque

Onda de ataques ocorre apesar da segurança reforçada para encontro da Liga Árabe, na terça-feira, em Bagdá

Anteontem, a invasão americana ao país completou nove anos; ataques demonstram brechas na segurança

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Uma onda de atentados aparentemente coordenados no Iraque deixou ontem 52 mortos e 200 feridos, apesar da segurança reforçada para a terça-feira, dia 27, em que o país será palco do encontro de líderes da Liga Árabe.

Os ataques surgem três meses após a retirada das tropas americanas que estavam no país desde a invasão que varreu do poder Saddam Hussein -anteontem, essa invasão completou nove anos.

A ação terrorista também parece destinada a contrariar as promessas do governo de que está pronto para receber a reunião da Liga pela primeira vez em 22 anos.

A autoria do ataque, com explosões e disparos, não foi reivindicada. Mas a escala e a sincronia levam as marcas do braço iraquiano da Al Qaeda, maior temor das autoridades de segurança de Bagdá acerca do evento, que discutirá principalmente a onda de revoltas nos países árabes.

Após gastar US$ 500 milhões (R$ 904 milhões) em preparativos, o governo disse que a cúpula está mantida e anunciou reforço de medidas de segurança.

Apesar da multiplicação dos postos de controle, detectores de bomba e policiamento maciço, uma das explosões ocorreu ao lado do Ministério das Relações Exteriores. Morreram três na ação, ocorrida por volta das 7h.

Houve ataques em outras áreas de Bagdá, inclusive no bairro rico de Mansur, onde três pessoas foram mortas a tiros na frente de uma igreja.

O atentado mais letal ocorreu no santuário xiita de Karbala, 100 km a sudoeste de Bagdá. Um carro-bomba explodiu e uma segunda explosão ocorreu quando as vítimas eram atendidas. Treze pessoas morreram.

Também houve ataques em Baji, Baquba, Kirkuk, Samarra e Falluja, numa lista com ao menos 12 cidades.

A cúpula em Bagdá é vista como um ato para reforçar a consolidação da soberania iraquiana recuperada. Mas a saída dos EUA pode estar gerando perigoso vácuo no poder.

Os índices de violência diminuíram muito desde o pico da guerra sectária, entre 2005 e 2007. Mas as forças de segurança ainda carecem dos recursos, principalmente em matéria de inteligência, para combater os insurgentes.

EMBAIXADA DO BRASIL

Os ataques ocorreram duas semanas após a reabertura da representação brasileira em Bagdá, sob comando do embaixador Anuar Nahes.

Apesar de as relações com o Iraque nunca terem sido cortadas, o Brasil não tinha embaixador instalado no país desde a Primeira Guerra do Golfo, em 1991.

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