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Vítimas de atirador na França foram atingidas na cabeça

Ministro do Interior afirma ainda que mortes em escola judaica de Toulouse podem ter sido filmadas pelo assassino

Promotor diz que ações foram premeditadas e faz um alerta para a possibilidade de novos ataques acontecerem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Todas as sete vítimas do atirador que tem atacado utilizando uma moto no sul da França receberam tiros à queima-roupa na cabeça, afirmaram ontem investigadores da série de crimes.

A revelação ocorre um dia depois que um rabino e três crianças foram mortos por um motoqueiro em uma escola judaica em Toulouse. Ainda neste mês, três soldados franceses foram mortos em circunstâncias semelhantes em Toulouse e na vizinha Montauban.

"Há seres que não têm respeito pela vida. Quando você pega uma menininha e põe uma bala na cabeça dela, sem dar a ela nenhuma chance, você é um monstro. Um monstro antissemita, mas, antes de tudo, um monstro", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O ministro do Interior, Claude Guéant, disse ainda que o atirador pode ter filmado a matança de anteontem -ele levava uma pequena câmera pendurada no pescoço, segundo as imagens dos circuitos de segurança no local.

Centenas de policiais estão espalhados na região numa caçada ao assassino.

"Estamos confrontados com um indivíduo extremamente determinado em suas ações, um indivíduo armado que age sempre com o mesmo modus operandi, com sangue frio e ações premeditadas", afirmou o promotor François Molins. "Ele sabe que está sendo caçado e pode atacar novamente."

O fato de todas as vítimas serem estrangeiras ou de minorias étnicas ou religiosas -judeus, no caso da escola; muçulmanos de origem africana ou caribenha, no caso dos soldados- fez com que fosse levantada a hipótese de que o atirador seja um extremista ou neonazista.

Ontem, os corpos dos mortos na escola foram transportados para Israel, onde serão enterrados segundo a tradição judaica.

Às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, a série de crimes pode alterar o tom do debate político, segundo analistas.

"A campanha era dominada por um tom agressivo e um alto grau de retórica populista. Isso deve arrefecer, porque há demanda do eleitor por cura", afirmou Dominique Reynie, chefe do instituto Fondapol.

"Haverá mais debate, principalmente sobre se a tensão criada na sociedade por Sarkozy de certo modo não provocou ou facilitou esse incidente", disse o editor-chefe da revista "L'Express", Christophe Barbier.

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