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Rússia apoia texto com críticas à Síria Para aprovar declaração do Conselho de Segurança com exigências ao regime, porém, Moscou apresentou condições Texto, mais brando que resolução, insta governo a cessar o uso de armas pesadas e a libertar prisioneiros ISABEL FLECKDE SÃO PAULO Após meses de impasse no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os 15 países-membros -inclusive Rússia e China- aprovaram ontem um documento em que apoiam o plano do enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan. No texto em formato de declaração presidencial -que tem peso menor do que uma resolução e é adotado por consenso-, o Conselho expressou sua "séria preocupação com a situação deteriorante na Síria, resultado de uma grave crise de direitos humanos e de uma situação humanitária deplorável". O próprio Annan pediu respaldo do Conselho de Segurança na última sexta-feira e insistiu, pessoalmente, com a delegação russa em Nova York por seu apoio ao texto. A proposta de seis pontos, já apresentada por Annan às autoridades sírias, prevê o "fim da violência armada por todas as partes", instando o regime a "cessar imediatamente o uso de armas pesadas e os movimentos das tropas em direção a centros populacionais". Também pede a libertação de pessoas detidas de forma arbitrária e por envolvimento em atividades políticas pacíficas, além de acesso aos locais onde são mantidas. Pelo plano de Annan, as duas partes devem aceitar um cessar-fogo diário de duas horas para ajuda humanitária e respeitar o direito de manifestação pacífica e a liberdade para jornalistas. A Rússia, que, com a China, vetou duas resoluções contra a Síria no Conselho, no entanto, fez suas exigências sobre o texto francês. Segundo fonte diplomática ouvida pela Folha, uma delas foi a inclusão do termo que reafirma o comprometimento do Conselho "com a soberania, a independência e a integridade territorial da Síria e com os princípios da Carta das Nações Unidas" -menção indireta que recusa o uso da força externa. Outra condição foi retirar do texto a previsão de "adotar novas medidas" contra a Síria, já que isso, na linguagem diplomática, abre espaço para sanções. Em seu lugar, se prevê apenas "considerar passos adicionais" se o plano de Annan não for seguido. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a mensagem "clara e unida" do Conselho ao regime Assad. O ditador, por sua vez, não se manifestou sobre o texto. Ontem, França, Estados Unidos e Reino Unido denunciaram à ONU o envio de armas pelo Irã às forças de Assad -o que violaria as sanções impostas a Teerã. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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