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Brasil deve apoiar nome da Nigéria ao Banco Mundial

Governo tende a dar suporte a Ngozi Okonjo-Iweala para presidir o órgão

Gesto está em linha com o discurso de favorecer presidente de um país em desenvolvimento; EUA apresentarão nome

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O Brasil deve apoiar a ministra das Finanças da Nigéria para a presidência do Banco Mundial, em linha com o discurso de favorecer um nome vindo de um país em desenvolvimento e o processo "meritocrático" na sucessão do organismo global até agora só comandado pelos EUA.

O prazo para apresentar candidatos à sucessão do americano Robert Zoellick acaba hoje, e o afunilamento dos emergentes em torno da nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala vem após Bogotá dizer que seu ex-ministro da Economia José Antonio Ocampo não é candidato ao cargo.

"Sem dúvida, se não sai Ocampo, vamos apoiar a nigeriana -mais importante, vamos apoiar um processo meritocrático", disse à Folha o brasileiro Rogério Studart, que representa Brasil, Colômbia e mais sete países da região na diretoria do banco.

Indagado sobre dissonância entre Brasília e Bogotá, respondeu: "Como diretor-executivo, não posso nomear um cidadão colombiano se a Colômbia não o apoia".

Contatada pela Folha, a Embaixada da Colômbia em Washington confirmou que Ocampo não será indicado. Em Bogotá, o ministro da Fazenda, Juan Carlos Echeverry, disse a meios locais que seu país quer focar a presidência da Organização Internacional do Trabalho.

Já Okonjo-Iweala será indicada hoje pela África do Sul, dona do assento que corresponde à sua região. Aos 57, a ministra e ex-chanceler foi a número 2 do Banco Mundial de 2007 a 2011,.

Países em desenvolvimento detêm 11 das 25 cadeiras na diretoria da instituição, e decidiram em reunião no México paralela ao encontro ministerial do G-20, em fevereiro, que selecionariam juntos nomes viáveis para romper a hegemonia americana.

Regra tácita estabelece que sua chefia sempre vá para os EUA, enquanto o comando do Fundo Monetário Internacional fica com a Europa.

Mas Brasil, China e outros emergentes vêm insistindo em um processo com chances reais para candidatos de países em desenvolvimento.

Até a noite de ontem, os únicos nomes a circular eram Okonjo-Iweala, o do economista desenvolvimentista americano Jeffrey Sachs (sem aval dos EUA) e um terceiro a ser indicado pelo presidente Barack Obama -favorito se mantida a regra tácita.

São cotados o ex-conselheiro econômico Lawrence Summers e a embaixadora na ONU Susan Rice.

O novo presidente será anunciado no fim de abril e assumirá no fim de junho.

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