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Obama adverte o Irã e a Coreia do Norte

Em cúpula sobre segurança nuclear, presidente americano exortou Teerã a negociar e Pyongyang a deixar provocações

Discurso feito em Seul, no entanto, incluiu admissão de que EUA possuem "mais ogivas do que o necessário"

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O presidente dos EUA, Barack Obama, advertiu ontem Coreia do Norte e Irã sobre suas atividades nucleares, afirmando que a atitude de confrontação com o Ocidente não lhes trará nenhum benefício.

O aviso de Obama, feito em tom menos agressivo que em ocasiões anteriores, ocorreu durante cúpula sobre segurança nuclear que reuniu representantes de 50 países em Seul, Coreia do Sul.

O presidente americano externou preocupação especial com a Coreia do Norte, rompida com o vizinho do sul desde 1953. O governo norte-coreano anunciou dias atrás planos de lançar em abril um foguete de longo alcance, pretensamente para pôr um satélite em órbita.

Mas a manobra, contrária a convenções internacionais, é vista pelas potências ocidentais como provocação por parte de Pyongyang, que há anos usa a sua rudimentar arma atômica para chantagear inimigos em troca de ajuda humanitária.

"Suas provocações e busca de armas nucleares não alcançaram a segurança que vocês buscam. Em vez da dignidade desejada, vocês estão mais isolados", disse Obama, dirigindo-se aos líderes norte-coreanos. O presidente ressaltou que os EUA não têm "intenção hostil" em relação a Pyongyang.

Horas depois da declaração, militares americanos e sul-coreanos disseram ter detectado sinais de que a Coreia do Norte moveu para a rampa de lançamento o foguete que pretende ser testado.

A Coreia do Sul deixou claro que lançará um míssil contra o foguete norte-coreano caso ele sobrevoe o território sul-coreano.

Obama também aproveitou a viagem a Seul para advertir o Irã, suspeito de desenvolver secretamente um arsenal nuclear.

"O tempo é curto", disse, numa referência a tentativas de retomar o diálogo em vez da opção militar, que os EUA não descartam.

Mas Teerã, ao contrário da Coreia da Norte, permanece signatário do Tratado de Não Proliferação e tenta fazer valer seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos.

DESARMAMENTO

Obama voltou a defender na cúpula de Seul uma aceleração do desarmamento das duas maiores potências nucleares, EUA e Rússia.

Em raro mea culpa, ele admitiu que Washington "tem mais ogivas do que o necessário". Mas analistas dizem que Obama foi vago e não assumiu compromissos.

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