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Brics se dividem quanto a solução para a crise no país árabe

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI

Kofi Annan, o enviado especial da ONU/Liga Árabe para a Síria, antecipou na semana passada ao chanceler brasileiro, Antonio Patriota, que acertara com o ditador Bashar Assad o envio de observadores militares das Nações Unidas a Damasco para começar a definir onde ficariam estacionadas as tropas internacionais a serem eventualmente enviadas ao país árabe.

As tropas vigiariam o cumprimento do ponto número dois dos seis constantes do plano Annan, qual seja "cessação de todo tipo de violência de todas as partes, vigiada pelas Nações Unidas".

Com o anúncio de que Assad aceitou o plano, Annan pode dar início ao que o presidente russo, Dmitri Medvedev, definiu como a "última chance" para uma saída pacífica na Síria.

Patriota não chega a ser tão dramático, mas também considera que não está no horizonte a hipótese de afastamento do ditador. "Ele controla as Forças Armadas, a oposição não está unificada e, em setores dela, há a contaminação pela Al Qaeda", o que torna o apoio do Ocidente mais complicado, analisa.

Tampouco há a hipótese de intervenção militar externa - fortemente desaconselhada por Annan no telefonema ao brasileiro: "Seria um erro dramático, que apenas tornaria a situação ainda pior".

O chanceler diz esperar um "forte respaldo" dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) à iniciativa da ONU no documento final da quarta cúpula do grupo, que começa hoje. Mas os Brics se dividem.

O esboço original do documento que os chefes de governo devem assinar amanhã fala em acabar com "toda a violência", o que equipara a repressão praticada pelo regime aos atos violentos cometidos pelos opositores.

O Brasil não concorda com a formulação. Gostaria que ficasse claro que a maior responsabilidade é do governo. Mas Rússia e China preferem "equalizar a responsabilidade pela violência", no dizer de um dos negociadores.

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