Índice geral Mundo
Mundo
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Síria ameaça não cumprir trégua acordada com ONU

Assad exige agora 'garantias escritas' de que a oposição cessará combates

Ativistas afirmam que mais de 160 pessoas foram mortas no fim de semana no país; Annan condenou a violência

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo sírio ameaçou ontem não cumprir a retirada das tropas e o cessar-fogo acordados com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan. A saída dos tanques das cidades e vilas teria início amanhã.

Ativistas estimam que mais de 160 pessoas foram mortas só neste fim de semana.

A chancelaria do país exige agora"garantias escritas" de que os insurgentes vão parar os combates antes que o regime recolha suas tropas.

Também quer que Arábia Saudita, Qatar e Turquia se comprometam, por escrito, a deixar de financiar os "grupos terroristas".

"A Síria não vai permitir que se repita o que ocorreu durante a missão [da Liga Árabe], quando nos comprometemos a retirar as forças armadas das cidades, e os grupos terroristas aproveitaram para armar seus membros e cometer todo tipo de terrorismo", afirmou o porta-voz da chancelaria síria, Jihad Makdissi, à TV estatal.

O porta-voz disse que as declarações de Annan ao Conselho de Segurança da ONU de que o regime aceitou um prazo limite foram interpretadas de forma "errônea".

Segundo o enviado especial, o governo de Assad teria concordado com um cessar-fogo a partir das 6h do dia 12.

Os rebeldes rechaçaram as novas condições impostas pelo ditador.

"Nós demos nossa palavra de que, se o regime cumprir o plano, nós também o cumpriremos. Somos honestos", disse o líder do Exército Livre da Síria, Riad Asad, que, no entanto, mostrou-se cético quanto ao plano de Annan.

"O regime não vai implementar esse acordo. Ele vai fracassar", disse à Reuters.

A França disse considerar as exigências de Assad "inaceitáveis".

ESCALADA DE VIOLÊNCIA

Em um comunicado, Annan se disse "chocado" pelo banho de sangue registrado na Síria nos últimos dois dias.

"Essa é a hora que devemos trabalhar urgentemente para um completo fim das hostilidades", afirmou.

O papa Bento 16 aproveitou a homilia de Páscoa para pedir o fim da violência e o "comprometimento imediato" com o diálogo para a paz no país.

De acordo com a rede de ativistas de oposição Comitês de Coordenação Locais, 40 pessoas morreram ontem, e pelo menos 127 no sábado -59 delas na província de Hama. Entre as vítimas do domingo estariam seis crianças -quatro delas mortas em Idlib.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.