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Espanha tenta afastar fantasma da 'quebra'

Novo foco da crise europeia, país descarta que precisará de socorro do bloco após suscitar nervosismo no mercado

Grécia dá turbulência por superada e marca eleição que formará novo governo para o próximo dia 6 de maio

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após ter admitido, nesta semana, estar no centro de uma tormenta, o governo da Espanha tentou ontem dar sinais de que o país caminha para o equilíbrio e que um pacote de ajuda será desnecessário.

A Grécia, por sua vez, disse já ter cumprido as medidas de austeridade exigidas e convocou eleições para maio.

Mariano Rajoy, o primeiro-ministro espanhol, descartou a possibilidade de interferência no país -como já visto na Grécia, em Portugal e na Irlanda. Para tanto, ele afirma que o Executivo seguirá com as reformas destinadas a reduzir o deficit público do país.

A Espanha vem anunciando uma série de medidas impopulares envolvendo cortes em todos os ministérios -enxugando, por exemplo, € 10 bilhões (R$ 23 bilhões) em saúde e educação depois de ter anunciado aperto de € 27 bilhões anteriormente.

O país comprometeu-se com a Europa a reduzir o deficit público de 8,5% para 5,3%. Por isso, tem cortado gastos -o que, na visão do mercado, pode aumentar a taxa de desemprego (23% em 2011), aprofundar a recessão e reduzir a arrecadação, dificultando o pagamento da dívida (hoje na casa de 68,5% do PIB), cujos juros subiram de menos de 5% em março para quase 6% em abril nos títulos de 10 anos.

Em discurso a deputados, Rajoy pediu ontem que os demais líderes europeus "sejam prudentes" e "assumam as próprias responsabilidades".

Ele disse que seu governo não tem comentado a situação dos demais países e espera, portanto, que cada nação cuide de seus problemas.

Assim, respondeu indiretamente declarações de líderes europeus -o francês Nicolas Sarkozy e o italiano Mario Monti- que têm questionado a solvência espanhola.

GRÉCIA

Lucas Papademos, primeiro-ministro grego, anunciou ontem eleições parlamentares para 6 de maio, tendo em vista formar um novo governo por volta de 17 de maio.

Ele diz que sua administração interina cumpriu a tarefa de assegurar o recebimento do pacote de resgate e reestruturar a dívida do país.

O premiê afirma que seu governo mostrou aos políticos que eles podem "cooperar, combinar pontos de vista quando necessário" e colocar diferenças de lado, "tomando decisões para o bem do país".

Papademos assumiu em novembro do ano passado o cargo de premiê, quando a economia grega parecia caminhar para um colapso. De perfil tecnocrata, ele era o nome apoiado por credores da Grécia, que queriam garantias da implementação das medidas de austeridade.

Quando assumiu, Papademos disse esperar devolver o poder a um político eleito em fevereiro deste ano. A data foi depois marcada para abril.

Os partidos políticos iniciaram campanhas informais. O conservador Antonis Samaras, do Nova Democracia, lidera pesquisas com a promessa de criação de empregos no país. Essas serão as primeiras eleições gregas desde o início da crise da dívida.

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