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Nome apoiado pelos EUA vai comandar o Banco Mundial

Jim Yong Kim, de origem sul-coreana, promete ampliar voz de emergentes

Médico bateu aspirante nigeriana, apoiada pelo Brasil; Mantega diz que FMI não cumpre os acordos com os Brics

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK
PRISCILLA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

O candidato apoiado pelos EUA, Jim Yong Kim, 52, foi apontado ontem como novo presidente do Banco Mundial. Kim, médico e reitor do Dartmouth College, tem origem sul-coreana, mas cresceu nos Estados Unidos.

Ao comemorar o resultado, Kim prometeu "novo alinhamento do Banco Mundial com um mundo em transformação" e sinalizou que elevará a participação dos Estados emergentes. Ele assumirá a instituição em julho.

"Com parceiros antigos e novos, vamos promover uma instituição que responda eficazmente às necessidades dos clientes e doadores [...] e amplificar as vozes dos países em desenvolvimento."

Segundo a tradição, o Banco Mundial é comandado por um norte-americano, e o FMI (Fundo Monetário Internacional), por um europeu.

Foi a primeira vez em que o candidato apoiado pelos EUA teve concorrência relevante. Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pressionaram para que a eleição rompesse com o modelo tradicional. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), os Brics não chegaram a consenso sobre o nome que apoiariam para o cargo.

Ontem, antes de saber do resultado da eleição, Mantega disse que o Brasil apoiaria a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, que também disputava a indicação. O colombiano José Antonio Ocampo renunciara ao pleito.

"A nossa escolha privilegiou a capacidade da candidata. Ela é mais experiente e tem uma experiência com países pobres", afirmou.

O ministro disse que, apesar da divergência na eleição, os Brics unidos cobrarão reformas do Banco Mundial.

Mantega criticou o FMI, que se reunirá no final da semana em Washington. Ele afirmou que o Brasil não irá aumentar a injeção de recursos no órgão sem uma contrapartida em benefício dos emergentes.

"Estão dando sinais de que não vão cumprir a agenda que nós aprovamos na reunião em Seul, e nós vamos insistir para que esse cronograma seja cumprido."

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