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Britânico era doleiro de Bo Xilai na China, suspeitam autoridades

Heywood foi morto após ameaça de delatar esquema, diz "NYT"

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Pivô do escândalo que abalou a política chinesa, o britânico Neil Heywood, morto em novembro, teria trabalhado como doleiro para a família do dirigente comunista Bo Xilai. A versão foi dada por fontes ligadas à investigação à agência de notícias Reuters e ao jornal norte-americano "New York Times".

Na semana passada, o governo chinês confirmou que a mulher de Bo Xilai, Gu Kailai, é a principal suspeita pela morte de Heywood, 41, inicialmente atribuída ao consumo excessivo de álcool num quarto de hotel, em Chongqing. O corpo foi cremado antes da realização de uma autópsia completa.

Segundo relato obtido pela Reuters, Gu e Heywood, que se conheciam havia vários anos, divergiram sobre a porcentagem que o britânico receberia pelo envio de uma grande remessa ao exterior. Na discussão, ele teria ameaçado revelar o esquema.

O filho do casal, Bo Gagua, 24, passou metade da vida no exterior, estudando em instituições caras, como as universidades Oxford (Reino Unido) e Harvard (EUA). Em Pequim, foi visto dirigindo uma Ferrari. Bo Xilai diz que ele ganhou bolsas e nega que o filho tenha um carro da marca italiana.

No mês passado, Bo Xilai foi destituído da chefia do Partido Comunista em Chongqing, megalópole de 32 milhões de habitantes no sudoeste do país. Até então, ele era cotado para uma das nove vagas do Comitê Permanente, órgão máximo do partido, que, após dez anos, será renovado no segundo semestre. O caso é considerado a mais grave crise política na China desde o massacre na Paz Celestial, em 1989.

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