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Petrobras questiona restrições impostas por Estado argentino

Graça Foster diz que discutirá com ministro de Cristina o cancelamento de concessão pela Província de Neuquén

Ministro Edison Lobão afirma que Brasil "não tem nada a reclamar" sobre política argentina de nacionalização

DENISE LUNA
DO RIO
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirma que a estatal está cumprindo plenamente o plano exploratório estabelecido pela Argentina.

Ela disse que questionará, em reunião com o governo argentino na próxima sexta, o cancelamento da concessão da Petrobras na província de Neuquén, ocorrido em abril.

"Fomos surpreendidos [pelo cancelamento]. A reunião de sexta é importante para esclarecer as coisas", disse ela, durante evento no Rio promovido pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo).

A executiva, junto com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, irá se reunir em Brasília com o ministro do Planejamento argentino, Julio De Vido -designado pela presidente Cristina Kirchner como interventor na YPF. O encontro é para discutir a situação da companhia.

Lobão disse ontem não ter nenhum temor em relação à atuação da Petrobras na Argentina, onde possui 79 postos de combustível e explora petróleo. "Nós prosseguiremos dentro da normalidade."

Para ele, a decisão de Cristina de expropriar a petroleira YPF do grupo espanhol Repsol é uma questão de soberania nacional.

"Não vejo nenhuma motivação especial para isso [para haver atritos com a Petrobras Argentina], mas, se essa for uma política especial da Argentina, também não temos nada a reclamar", disse.

Sobre a reunião de sexta, afirmou: "Não está na minha preocupação, e também acho que não esteja na preocupação do ministro argentino, qualquer atitude de encampação ou nacionalização da Petrobras, ou dos interesses da Petrobras na Argentina".

INVESTIMENTOS

O governo argentino reclama que empresas estrangeiras investem pouco no país. Em Neuquén, a Petrobras detém 55% da concessão e é a operadora.

Segundo a companhia, foram investidos US$ 10 milhões (R$ 18,6 milhões) nos últimos três anos na região. A Petrobras não informa qual será o investimento nos próximos anos.

Segundo o diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada, o cancelamento da concessão não impacta a produção porque em Neuquén a companhia ainda procurava petróleo.

"Estamos avaliando para fazer a nossa interpelação", disse Zelada à Folha.

A Petrobras está na Argentina desde 1993 e produziu em fevereiro 37,4 mil barris diários de petróleo, praticamente o mesmo patamar de dois anos atrás (38,8 mil barris por dia), e 44,9 mil barris de óleo equivalente de gás natural, também o mesmo nível de 2010.

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