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FMI eleva previsão de alta da economia global para 2012

Com exceção de Espanha e Índia, maioria dos países tem projeção ajustada para cima em relatório anual do fundo

Motor continuam sendo emergentes, que devem avançar no ano em média 5,7%, contra 1,4% dos desenvolvidos

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Alertando para riscos persistentes na Europa e para a alta do petróleo, o Fundo Monetário Internacional mostrou-se um pouco mais otimista quanto à recuperação da economia global e elevou em 0,2 ponto percentual, para 3,5%, sua previsão de crescimento global neste ano e para 4,1% no próximo.

Com raras exceções (como Espanha e Índia), a maior parte dos países teve a projeção ajustada para cima no relatório anual Panorama da Economia Global, lançado pelo FMI ontem em Washington. O dado anterior era de uma revisão de janeiro.

A alteração ocorre sobretudo porque, na avaliação do fundo, a resposta política à crise foi mais forte do que o previsto na Europa, e a recuperação nos EUA veio mais rapidamente do que o pensado, embora o perigo de recaída não tenha se dissipado.

Os remédios receitados pelo FMI para a crise continuam os mesmos, embora a inferência seja de que as doses devam ser mais espaçadas, dada a retração na demanda provocada pelos pacotes de ajuste mundo afora.

"A consolidação fiscal é necessária e está avançando, mas está afetando o crescimento", resumiu o economista-chefe do fundo, Olivier Blanchard, sugerindo que os países foquem o médio prazo. "É algo complicado pelo fato de os mercados parecerem esquizofrênicos, cobrando consolidação fiscal, mas reagindo mal quando ela reduz o crescimento."

O motor continuará sendo os países emergentes, que devem avançar em média 5,7% neste ano e 6% no próximo, contra 1,4% e 2% das economias avançadas.

A China avançará 8,2% em 2012 (um ponto abaixo de 2011) e 8,8% em 2013.

A zona do euro enfrentará uma recessão neste ano, com contração de 0,3% puxada pela queda dos PIBs na Itália e na Espanha, prevê o fundo. A Grécia encolherá 4,7%.

Em contrapartida, o Japão e, sobretudo, os EUA parecem estar se descolando da crise na Europa, com avanços acima de 2%, embora este último continue a ser o país fora do continente mais exposto à crise europeia.

Tóquio e Washington receberam a mensagem de que seus planos de médio prazo são ainda, na avaliação do fundo, "insuficientes".

A chance de recessão nos EUA neste ano foi estimada pelo fundo em 15%.

Blanchard também defendeu a construção de uma barreira de proteção anticrise como um progresso "enorme" e necessário, mas ressaltou que a medida -o "firewall"- não resolverá questões fiscais nem de competitividade nem de crescimento em países europeus em crise.

A expectativa é a de que essa barreira chegue a US$ 1 trilhão, sendo que metade virá de um fundo anticrise anunciado pela União Europeia em março (além dos US$ 500 bilhões em caixa, o mecanismo inclui outros US$ 300 bilhões usados no resgate de países como Grécia e Espanha).

G20

Espera-se agora que os demais países -sobretudo os emergentes e os EUA- contribuam via FMI com até US$ 500 bilhões para completar a meta, embora a própria diretora-gerente do fundo, Christine Lagarde, já esteja baixando expectativas.

A contribuição deve ser decidida em encontro dos ministros da economia do G20 que precede a reunião primavera do FMI, na sexta.

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