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Rússia acusa o ocidente de sabotar a Síria Para Moscou, "forças externas" estão interessadas no fracasso do cessar-fogo intermediado por enviado da ONU Oposição denuncia que ataques das tropas de Assad continuam; 50 teriam morrido em bombardeios do governo a focos rebeldes ontem MARCELO NINIODE JERUSALÉM A Rússia acusou ontem "forças externas" de tentar sabotar o plano de pacificação da Síria, aumentando as tensões internacionais em torno da missão da ONU encarregada de monitorar o cessar-fogo no país árabe. Enquanto o primeiro grupo de observadores fazia sua primeira visita de campo, tropas do governo bombardearam focos rebeldes em várias partes do país, deixando 50 mortos, segundo a oposição. Com a trégua proposta pela ONU dando lugar à rotina sangrenta dos últimos meses, o chanceler russo, Sergei Lavrov, fez duras críticas aos países que têm apoiado os opositores do regime sírio. Lavrov disse que "forças externas" estão interessadas no fracasso no cessar-fogo. Sem mencionar nenhum país específico, deixou claro que as críticas tinham como alvo o grupo de "Amigos da Síria", liderado por potências ocidentais e árabes. "A comunidade internacional deveria pensar nos interesses do povo sírio, não em suas metas oportunistas", atacou Lavrov. Os comentários reforçam as divergências no Conselho de Segurança da ONU, no qual Rússia e China já bloquearam duas tentativas de aplicar sanções à Síria lideradas pelos demais membros permanentes -EUA, França e Reino Unido. Sem esconder a descrença no plano da ONU, os "Amigos da Síria" se reuniram na França para discutir mais sanções à Síria. As divergências na ONU significam novo obstáculo à missão de observadores aprovada no plano de pacificação intermediado pelo enviado especial, Kofi Annan. Por enquanto, ela conta só com um grupo avançado de seis militares, entre eles o brasileiro Alexandre Feitosa. Para chegar ao número de 250 monitores pedido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, será preciso um consenso no conselho, algo que as críticas da Rússia demonstram estar distante. Apesar dos seguidos relatos de violência, Ban disse que o cessar-fogo iniciado na última quinta-feira estava sendo "observado em geral". Mas admitiu que 250 observadores não serão suficientes, "dada a situação atual e a vastidão do país". Ban pediu à União Europeia que forneça aviões e helicópteros para operação e apelou às autoridades sírias que garantam o livre acesso dos observadores. A ONU informou que os seis monitores fizeram visita de reconhecimento a Deraa, onde começou a revolta contra o regime de Bashar Assad, há 13 meses. A organização estima que 9.000 pessoas foram mortas nesse período. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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