Servidores dos EUA são acusados de agredir prostitutas

Funcionários da Embaixada dos Estados Unidos foram afastados de suas funções após se envolverem com dançarinas e garotas de programa em uma boate de Brasília e serem acusados de agressão contra elas.

Na tarde de ontem, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse, durante visita a Brasília, que o incidente foi "plenamente investigado" e que os envolvidos foram punidos.

O caso ocorreu em dezembro do ano passado. De acordo com a própria embaixada, entre os quatro funcionários envolvidos estavam fuzileiros navais ("marines") que trabalhavam como guardas.

Os quatro servidores americanos foram a uma boate e, ao deixarem o local, houve um desentendimento.

Uma das mulheres fez uma denúncia à polícia alegando ter sido agredida. Em entrevista à TV Globo, Romilda Aparecida Ferreira disse que foi empurrada do carro e teria sido atropelada pelo motorista da van da embaixada.

Segundo ela, os americanos não prestaram socorro. Romilda teve a clavícula e duas costelas quebradas.

O caso está no Ministério Público do Distrito Federal, que irá apurar a denúncia de lesão corporal.

"Eles já não estão mais no Brasil, foram reduzidos em patente e punidos com severidade pelo comportamento que tiveram", afirmou o secretário de Defesa.

Panetta completou dizendo que não tem tolerância com comportamentos como esse -segundo ele, tal atitude não é aceitável nem no Brasil nem em nenhum outro lugar do mundo.

Representantes da embaixada americana afirmaram, ainda, que cooperaram com as autoridades brasileiras durante todo o processo.

REAÇÃO

É o segundo episódio que arranha a imagem de servidores dos EUA vindo a público em poucos dias. Um grupo de agentes do Serviço Secreto é acusado de contratar 21 garotas de programa e levá-las a um hotel em Cartagena (Colômbia) durante a recente Cúpula das Américas.

O presidente Barack Obama comentou ontem o caso: "Esses rapazes são incríveis. Eles me protegem, protegem a [primeira-dama] Michelle, protegem nossas filhas, nossos funcionários em todo o mundo". E acrescentou: "Alguns babacas não devem diminuir o que eles fazem".

Além do presidente americano, a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, também fez declarações sobre os agentes americanos.

"Para mim, provoca muita tristeza porque é como se Cartagena fosse culpada, uma cidade que vive do turismo."