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Para Nobel de Economia, Brasil é um exemplo para China e Índia

Amartya Sen considera país modelo de crescimento com justiça

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O Brasil é um bom exemplo de conciliação entre rápido crescimento econômico e desenvolvimento social. A afirmação é do indiano Amartya Sen, 78, Nobel de Economia em 1998, que participou anteontem, em São Paulo, do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento.

Para Sen, uma das razões que levaram o Brasil a mudar de posição no cenário global foi o "reconhecimento da complementaridade entre crescimento rápido e políticas de justiça social".

"O Brasil encontrou uma maneira de fazer com que o crescimento fosse compartilhado amplamente pela população", disse, destacando que o país pode ser um modelo para China e Índia.

Segundo Sen, idealizador do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a frequente comparação entre os vizinhos asiáticos mostra números de desenvolvimento social -como educação e saúde- mais altos na China.

No entanto, ele lembrou que outros valores, como liberdade de expressão e democracia, devem ser levados em conta na comparação.

"A China executa [pessoas] em uma semana mais do que a Índia executou desde a sua independência, em 1947", comparou.

Para Sen, é fundamental que a discussão sobre os impactos do crescimento econômico faça parte dos debates da Rio+20. "Antes de falarmos nos benefícios do crescimento econômico, temos que nos concentrar no crescimento sustentável", disse.

O Nobel ainda criticou a forma como os governos europeus têm reagido à crise. "Cortes repentinos e severos podem ter um efeito depressivo", afirmou, destacando que é preciso "esperança e não desespero para ter coragem de buscar a mudança social".

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