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Análise

Risco-petróleo desponta como nova preocupação no horizonte

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

No início de 2011, a economia global, puxada por bons resultados dos EUA, ensaiava recuperação modestamente promissora, que foi freada por uma alta forte nos preços do petróleo provocada pela crise no mundo árabe.

No fim do primeiro trimestre, sinais de dias melhores no mundo desenvolvido despontaram, principalmente devido aos dados mais robustos da economia dos EUA.

Mas, em repetição do ocorrido em 2011, o risco associado a preços elevados do petróleo -por tensões geopolíticas relacionadas ao programa nuclear do Irã e à demanda ainda forte de países emergentes- parece à espreita.

A alta do petróleo machuca as economias americana e europeia, dependentes da importação da commodity.

Estudo do Goldman Sachs citado por Martin Wolf, colunista do "Financial Times", indica que um aumento de 10% no petróleo tende a subtrair 0,2 ponto percentual dos PIBs (Produtos Internos Brutos) dos EUA e da União Europeia depois de um ano.

Do fim de 2011 até abril, os preços da commodity subiram mais de 15%. E o problema maior nem parece ser a alta recente, mas o perigo de dias piores pela frente.

Analistas dizem que o risco a temer é o de conflito no Irã, que poderia levar a uma disparada dos preços do petróleo e empurrar a economia global para nova recessão.

O risco-petróleo parece ter substituído o temor de implosão da zona do euro. Ainda assim, ninguém se arrisca a descartar a chance de que a Grécia não consiga cumprir as metas austeras de reformas com as quais se comprometeu, pondo a Europa de novo no centro das preocupações.

Analistas também ressaltam perigos considerados menores, como o de uma desaceleração brusca da economia chinesa, principal motor de crescimento do mundo.

Apesar dos riscos, parece prevalecer entre as casas que se arriscam a traçar prognósticos um otimismo tímido.

Tudo indica que, mesmo sem catástrofes, não se pode esperar mais do que um crescimento modesto da economia mundial em 2012.

Cenário melhor do que uma recessão -até recentemente temida-, mas ainda bem pior do que o período de bonança anterior a 2008.

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