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Economia da Espanha mergulha de novo

País encolheu 0,3% no primeiro trimestre deste ano e experimenta segundo ciclo consecutivo de retração do PIB

Agência de classificação de riscos S&P reduz a nota de crédito de 11 grandes instituições financeiras do país

Daniel Ochoa de Olza/Associated Press
Restaurante na praça Mayor, no centro de Madri, com apenas dois clientes; crise continua a se agravar no país ibérico
Restaurante na praça Mayor, no centro de Madri, com apenas dois clientes; crise continua a se agravar no país ibérico

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Dados divulgados ontem confirmam que a Espanha atravessa uma nova recessão econômica -caracterizada por dois trimestres seguidos de contração do PIB (Produto Interno Bruto).

Entre janeiro e março deste ano, a economia espanhola caiu 0,3%, queda igual à que ocorreu no último trimestre do ano passado.

O índice é inferior ao previsto pelo Banco Central do país na semana passada, quando estimou que a contração seria de 0,4% do PIB.

Desse modo, a Espanha experimenta o "segundo mergulho" na recessão, pois antes mesmo de conseguir chegar ao índice pré-crise de 2008 tem a economia novamente abalada.

O país ibérico se soma ao Reino Unido no rol das nações europeias que já confirmaram estar em recessão em 2012 -os dados oficiais da União Europeia serão divulgados neste mês e devem mostrar que o bloco como um todo enfrenta recessão.

Para aumentar a tensão dos mercados em relação aos desdobramentos da crise na Espanha, a agência de classificação de riscos Standard & Poor's divulgou ontem o rebaixamento da nota de 11 grandes instituições financeiras do país, entre os quais os bancos Santander e BBVA.

Na semana passada, a agência já tinha rebaixado em dois níveis, para BBB+, a nota da dívida soberana da Espanha.

A S&P explicou que o crescimento da dívida do governo foi a principal razão para derrubar o rating espanhol, já que o país pode ter de usar recursos públicos na tentativa de salvar os bancos.

As notas de crédito servem para investidores avaliarem o risco de colocar dinheiro em um país ou instituição.

A queda, geralmente, acarreta juros maiores na hora de obter um empréstimo.

ÍNDICES

O desemprego na Espanha já afeta 24,44% da população economicamente ativa. Para este ano, o governo prevê queda de 1,7% na atividade econômica, e analistas temem que o país precise de um pacote de resgate internacional, como já ocorreu com Grécia, Portugal e Irlanda.

Além da reforma trabalhista e das impopulares medidas de austeridade fiscal, que levaram a protestos no país, o governo do conservador Mariano Rajoy está avaliando a criação de um esquema bancário que estimule a oferta de crédito no país -uma aposta para evitar a intervenção das autoridades europeias na Espanha.

Segundo o jornal "Financial Times", Rajoy pretende criar uma ou mais instituições financeiras para agregar os créditos imobiliários problemáticos, liberando os bancos da necessidade de vender imóveis em seu poder e incentivando empréstimos a pequenas e médias empresas.

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional alertou que os bancos espanhóis representam riscos à estabilidade financeira do país. A banca espanhola, segundo alguns economistas, precisará de uma recapitalização de € 100 bilhões.

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